Miguel Cardoso tentará hoje (18 horas) tornar-se o segundo treinador português, depois de Manuel José , a conquistar a Liga dos Campeões africana. Ao leme dos sul-africanos do Mamelodi Sundowns, o técnico de 50 anos atravessa o continente para a 2ª mão do duelo com o Pyramids, do Egito, após um empate (1-1) que deixou tudo em aberto.

"Estamos muito orgulhosos de estar aqui, mas sabemos que temos de pôr as emoções de parte para vencer. Estamos cientes que não é todos os anos que o clube tem uma oportunidade destas. Temos de ser melhores do que na 1ª mão", declarou o luso, que tenta levar o Mamelodi ao segundo título na prova, na conferência de antevisão.

O fator casa estará do lado do adversário, algo que não parece incomodar Miguel Cardoso: "O facto do estádio estar cheio ou vazio, o ambiente que possa haver, nada disso nos afeta. Estamos habituados a jogar perante grandes multidões e também já ganhámos com as bancas vazias. Estamos prontos para tudo!"

Sobre o rival, o técnico espera uma equipa "difícil de defrontar", mas ao alcance do Mamelodi. "A forma como o Pyramids joga, mostra-nos que vão recorrer a uma defesa compacta. Não é fácil, mas sabemos como jogar contra equipas como esta", opinou, garantindo que uma eventual entrada em falso não compromete o plano: "Um golo deles não significa que a final fica perdida. Se calhar até nos daria mais motivação para ir em busca do golo e voltar a nivelar."

Hipótese de redenção

Miguel Cardoso não é um novato por estas andanças. Na época passada, ao leme do Esperánce Tunis, perdeu a final no Egito, para o Al Ahly, e espreita agora a redenção. Depois de levar o Mamelodi ao título sul-africano, não crê que nova derrota signifique um ano fracassado: "Só uma equipa pode ganhar e temos de ser nós, mas chegar a uma final nunca é um fracasso."