
No dia 6, Victor Seabra Franco foi reconduzido na presidência do Casa Pia, prolongando a sua estada aos comandos do clube por mais três anos (até 2028) numa caminhada já longa para o líder casapiano, que se encontra em funções desde 2006 e até já não contava recandidatar-se – porém, há dois pontos de honra dos quais não abdica e sobre os quais se pronunciou, em conversa com A BOLA.
O presidente casapiano deu conta de «dois problemas» a resolver: o primeiro, as obras do Estádio Pina Manique (pelas quais o clube aguarda desde 2022, altura em que iniciou a sua caminhada na Liga principal) e, o segundo, a constituição de uma SAD para o futebol profissional, obrigatório para obter o financiamento necessário para que essas mesmas obras possam arrancar.
Relativamente às obras de melhoramento, antes mesmo de começarem os trabalhos e já ultrapassado os trâmites relacionados com as licenças emitidas pela Câmara Municipal de Lisboa, o emblema lisboeta viu-se colocado perante outro imprevisto. «Já tínhamos autorização e licença para construção, mas a Agência Portuguesa do Ambiente diz que as terras têm de ser todas removidas por estarem contaminadas. Aqui na região de Lisboa, as terras são todas iguais, de origem vulcânica», lamentou.
«Apanhámos tudo, com todas as exigências. Não há facilidade nenhuma e há quem não compreenda, que nunca mais começamos… Não começamos porque as várias entidades estão a cumprir a lei, mais depressa ou mais devagar, e há que assegurar agora isto. Depois, vamos negociar o financiamento das obra no estádio com a Mota-Engil (empresa que será responsável pela empreitada)», explica o presidente da direção do Casa Pia.
E será aí que entra o segundo ponto a resolver: a constituição de uma SAD; Victor Seabra Franco explica porquê. «A condição prévia para negociar é que, antes de se assinar o contrato de construção com a Mota-Engil, a SAD terá de estar já constituída. O que existe é um contrato de gestão da equipa profissional com o investidor, representado pelo Dr. Tiago Lopes. Este é outro dos assuntos pelos quais vou ficar, é porque estamos também a negociar e a tratar a constituição da SAD, e que já esteja constituída brevemente», desejou.
«Neste momento é tudo ao mesmo tempo: as prioridades são a constituição da SAD e a licença da Agência do Ambiente, sendo que com a Câmara está resolvido, a Liga também conhece o projeto de arquitetura e, portanto, também já deu a sua opinião. Pela Liga, também está tudo projetado e tudo tem de estar de acordo com as suas exigências. Não vamos começar a jogar em Pina Manique quando o estádio estiver a 100%, pode acontecer que seja quando estiver a 80%», antecipou o presidente casapiano.
Um cenário futuro que, reconhece, ainda vem longe. «Agora, vamos esperar. Vamos tirar terra, colocar terra, iniciar a obra e só depois, pensaremos em regressar ao Estádio Pina Manique, não na próxima época, mas sim na seguinte [26/27] – e, mesmo isso, só seria se tudo corresse muito bem», esclareceu, por fim.