
Bagnaia em crise: estrela da Ducati perde alegria de correr em meio a resultados desastrosos
A temporada de 2025 do MotoGP transformou-se num pesadelo para Francesco “Pecco” Bagnaia, bicampeão mundial em título. O piloto italiano atingiu o fundo em Barcelona, com uma qualificação em 21.º lugar, a pior do ano, seguida de uma Sprint sem brilho, muito aquém do estatuto de campeão que carrega.
O contraste com a performance imperial de Marc Márquez na GP25, e até com o irmão Álex Márquez na “antiga” GP24 — atualmente vice-líder do campeonato — é doloroso. No paddock, já se sussurra que Bagnaia poderia ser mais competitivo na GP24, uma ideia vista como sentença de morte para a sua carreira como piloto oficial da Ducati.
Até Davide Tardozzi, veterano diretor da equipa, admite estar perdido: “É uma situação muito, muito difícil. Depois da Hungria estávamos confiantes, mas agora percebemos que enfrentamos um problema mais grave do que antes. Vivemos um período de grandes dificuldades.”
Nem os inúmeros ajustes de afinação, nem a análise minuciosa de dados têm surtido efeito. “O único que podemos fazer hoje é tentar recolher informação, preparar melhor a moto para amanhã e procurar somar pontos”, lamentou Tardozzi em declarações à TNT Sports.
O discurso do dirigente deixou claro que o problema já não é apenas técnico, mas psicológico: “O Pecco precisa de voltar a desfrutar da moto, como faz em Misano com a Panigale. Não interessa se se sente confiante ou não, o que importa é voltar a sentir prazer a dar voltas. Temos de recuperar essa alegria no MotoGP. Tecnicamente já tentámos tudo; agora ele precisa reencontrar o gosto pelo trabalho e pela vida.”
A crítica ecoa também fora da box. O ex-piloto e analista Neil Hodgson resumiu o sentimento geral ao ver Bagnaia em pista: “Parecia que estava numa volta de arrefecimento, não numa corrida para atacar.”
A verdade é que Bagnaia, outrora o símbolo da força da Ducati, tornou-se uma sombra de si próprio. A equipa depende agora da sua capacidade mental para inverter a espiral negativa. Mas a pressão aumenta e a paciência pode esgotar-se, sobretudo quando a GP24 continua a mostrar competitividade.
Com um 14.º lugar como espelho das dificuldades recentes e críticas cada vez mais ferozes, a questão é inevitável: até quando a Ducati poderá proteger Bagnaia?
O relógio não pára, o campeonato avança, e o futuro do campeão parece mais incerto do que nunca. Será capaz de renascer das cinzas ou estamos a assistir ao início do fim da estrela italiana da Ducati? O MotoGP observa, em suspense, o desenrolar desta saga.