Jogou na Juventus, na Fiorentina, no Milan, no Inter, brilhou de rabo de cavalo inconfundível e é, para muitos, o melhor criativo da história do futebol italiano. Mas, por entre todos os momentos brilhantes, há um que ainda hoje é uma sombra na vida e carreira de Roberto Baggio: o penálti falhado por Itália na final do Mundial 1994, frente ao Brasil, que acabou por resultar na derrota transalpina. Três décadas depois, o próprio admite até pensamentos suicidas.

«Se tivesse uma faca naquele momento, tinha-me esfaqueado. Se tivesse uma pistola, tinha-me matado. Naquele momento, queria morrer», afirmou o jogador, que recorda o torneio: «Todo o Campeonato do Mundo foi afetado pelo calor. Foi impressionante. Tivemos que ir além dos limites humanos para jogar, movidos pela paixão e pelo desejo de alcançar um resultado. Havia muitos italianos nos EUA como imigrantes, estavam orgulhosos de nós e sentíamos tudo isso.»

«Não sou como Maradona ou Pelé»

Baggio é considerado uma lenda do futebol italiano, para alguns, no mesmo nível de Maradona ou Pelé. Algo que o próprio nega: «Eu não vejo assim, é difícil me colocar ao lado deles. Nunca me senti dessa forma. Sempre fui uma pessoa entre milhares de milhões que habitam este planeta. Tive apenas a sorte de jogar futebol e fazer o que amo. Só queria entreter as pessoas e que elas se divertissem.»