O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que Portugal se debate com um problema de inversão demográfica, quando nos nomes de uma escola já não há um João, uma Maria e um Pedro.

Quando olhamos para os nomes numa escola e não conseguimos encontrar um André, um João, uma Maria, uma Joana, um Pedro, há um problema. Significa que está a haver uma inversão demográfica, afirmou, numa tentativa de desdramatizar a citação de nomes de menores imigrantes pelo partido num debate no Parlamento na sexta-feira.

Na sua intervenção na apresentação dos candidatos autárquicos do Chega ao distrito de Coimbra, que decorreu ao final da tarde, Ventura disse não entender porque é que não se pode dizer os nomes de crianças imigrantes no Parlamento.

Ai, não se pode dizer nomes no Parlamento. Eu nunca os vi bem preocupados com os nomes das crianças, nem com as próprias crianças, quando em miseráveis e vergonhosos eventos LGBT os usavam para propaganda cultural daquilo em que acreditam e daquilo que tentaram destruir: as famílias e os valores das famílias, criticou.

Ao longo da sua intervenção, que ultrapassou os 20 minutos e em que se focou especialmente no tema da imigração, o líder do Chega afirmou que o Bloco de Esquerda também não estava preocupado com as crianças quando, “há uns dias, fizeram inclusivamente propaganda com uma criança de seis anos, ou de cinco, ou de dez, oriunda desses países indostânicos.

Este país é muito engraçado. Se se apontam estes nomes para dizer que há um problema, temos que o corrigir, cai o Carmo e a Trindade, temos que lhes meter processos em tribunal, temos que os prender, isto tem que acabar, mas se os usarem para propaganda de esquerda e para defender os valores de destruição que a esquerda tem tido, então aí já se pode usar as crianças à vontade, acrescentou.

Ventura repetiu ainda que o Chega não vai ficar calado quando centenas de mães o contactam, todos os dias, a dizem que não têm lugares para os seus filhos nas escolas, porque outros estão a tomar esses lugares.

Os números não mentem e estão aí. Estamos a caminhar para dois milhões de estrangeiros no território nacional, muitos deles em situação absolutamente precária, em cidades espalhadas pelo país de forma absolutamente descontrolada e sem que ninguém dê a estas pessoas um sentido de futuro. Deixaram-nos entrar sem controlo e de qualquer maneira, acusou.

A propósito das eleições autárquicas, agendadas para 12 de outubro, o presidente do Chega afirmou estar convencido que irão ganhar câmaras no país todo.

Os números mostram isso, as sondagens também, mas sobretudo o que eu sinto na rua todos os dias. A nossa vitória autárquica será o primeiro passo da nossa vitória nacional e da nossa vitória nas eleições legislativas, sejam elas quando forem no país, concluiu.