
O Grupo Parlamentar do PS alertou, hoje, para o contraste que se verifica entre os indicadores económicos da Região e as dificuldades sentidas pelos madeirenses, apontando a necessidade de uma melhor redistribuição da riqueza.
Na sequência de uma reunião com a delegação regional da Ordem dos Economistas, para abordar a actual situação económica, perspetivar o futuro e também olhar ao Orçamento Regional, que será debatido no próximo mês, o deputado Gonçalo Leite Velho referiu-se à conjuntura internacional e ao modo como irá impactar a Região, considerando importante que o orçamento contenha já mecanismos para dar resposta ao ciclo económico que aí vem, quando vários países europeus já estão em recessão ou estagnação.
O parlamentar adiantou que, em sede de discussão do documento, o PS terá como prioridades as áreas nas quais os madeirenses já estão a sentir grandes constrangimentos, como a habitação, a saúde e a distribuição dos rendimentos. Além disso, referiu que os socialistas querem analisar o orçamento com mais detalhe, para perceber qual o programa de investimentos do Governo, em que é que o dinheiro será gasto, ou “se vai ser seguida a política que nós vimos no ano anterior, de um superavit absolutamente descomunal, que nada tem a ver com a pobreza que se sente na Região e com as dificuldades económicas que as pessoas sentem”.
É um pouco estranho nós termos tido um superavit de 134 milhões de euros numa Região que tem tantas dificuldades, quer do ponto de vista das dificuldades que as pessoas sentem, quer também do ponto de vista daquilo que é a estrutura dos investimentos". Gonçalo Leite Velho
Gonçalo Leite Velho alertou que a redistribuição da riqueza é um dos problemas crónicos da Madeira, pelo que é necessário agir, de modo a não termos estes índices de pobreza e haver uma valorização dos rendimentos, já que “temos um salário médio baixo e todas as dificuldades que estão associadas a um modelo de baixa produtividade”.
Para o deputado do PS, é necessária uma nova direcção para a Região, que passa pela diversificação da economia, não apostando apenas naquilo que está a dar – o imobiliário, o turismo e até as novas tecnologias – mas procurando outras oportunidades noutros setores, como a economia do mar a energia, como aliás já tem vindo a ser feito por outras regiões ultraperiféricas, como Canárias.
“Nós estamos sempre a ver mais à frente, estamos a olhar para o horizonte, mas não deixamos de olhar para o agora. Aquilo que o PS quer fazer é agir no agora para preparar o futuro”, rematou.