
Rui Rocha demitiu-se hoje, com efeitos imediatos, da presidência da Iniciativa Liberal (IL), após dois anos e meio de liderança.
O líder da IL reconheceu que o partido não atingiu "a preponderância que todos desejavam" nas legislativas de 18 de maio, no final de uma reunião da comissão executiva, em Lisboa.
Em declarações aos jornalistas, numa conferência de imprensa, Rui Rocha anunciou que irá ocupar o lugar como deputado na Assembleia da República, e explicou que sai por não estar agarrado ao cargo e perante um ciclo político novo.
Explicou que a decisão surge da avaliação feita por si de dois anos e meio de liderança do partido e dos recentes resultados das eleições legislativas, nas quais a Iniciativa Liberal alcançou o melhor resultados em legislativas, crescendo no número de votos e em deputados eleitos.
Nas legislativas de 18 de maio, a IL conseguiu eleger nove deputados, mais um do que nas eleições anteriores, em 2024.
"Nesse período, a Iniciativa Liberal passou a estar representada em todos os Parlamentos, teve o seu melhor resultado sempre nas eleições europeias de 2024 e teve o seu melhor resultado em legislativas agora em 18 de maio de 2025, crescendo em votos, crescendo em percentagem e crescendo em deputados", sublinhou.
Num olhar mais direcionado para os resultados das eleições de 18 de maio, Rui Rocha salientou que o partido não conseguiu alcançar "a preponderância política" desejada.
"Desta vez foi liberal para mais portugueses, mas não os suficientes para influenciarmos definitivamente a política do país e, portanto, isso impõe o reconhecimento pessoal dessa circunstância e impõe que sejam tomadas decisões em função desse reconhecimento", defendeu.
Disse fazer um "balanço francamente positivo" dos dois anos e meio de liderança, mas apontou que impõe-se "tomar consequência deste resultado que não permitiu alcançar para a Iniciativa Liberal a preponderância" desejada, apontando que tudo o que fez pelo partido foi com "total desprendimento".
"É exatamente esse desprendimento, o facto de não estar agarrado a cargos, que num ciclo político novo, extremamente desafiante e totalmente diferente do ciclo político que tínhamos até à data, eu decidi apresentar com efeitos imediatos a minha admissão de presidente da comissão executiva da Iniciativa Liberal", anunciou.
Acrescentou que não será candidato nas novas eleições à direção do partido, justificando que a sua visão estratégica "está neste momento ultrapassada pelas circunstâncias" e que se manterá como "um membro de base" do partido na Assembleia da República, "a contribuir agora, noutra posição, nos debates e nos combates políticos que a Iniciativa Liberal enfrentar no futuro".
Afirmou que irá manter-se "totalmente à margem" do processo eleitoral no partido, mas que estará empenhado em todos os desafios que o partido tiver no futuro.
"Entendo que presto um melhor serviço ao partido, permitindo que haja uma discussão de uma nova visão estratégica, do novo cenário, com uma nova liderança", afirmou Rui Rocha, não adiantando se irá ou não apoiar algum candidato.