Os resultados comunicados pelos vários gabinetes de apuramento mostram que os três partidos da oposição obtiveram em conjunto 31 dos 61 lugares no parlamento do Botsuana nas eleições de quarta-feira, de acordo com uma contagem realizada pela agência de notícias France--Presse.

Os resultados deverão ser confirmados pela Comissão Eleitoral Independente do Botsuana ainda hoje, com a contagem a decorrer.

A Coligação para a Mudança Democrática (UDC, na sigla em inglês), de Duma Boko, 54, advogada de direitos humanos, lidera com 19 lugares. O Partido do Congresso de Botsuana (BCP, na sigla em inglês) tem sete e a Frente Patriótica do Botsuana (BPF) tem cinco.

O Partido Democrático do Botsuana (BDP), do atual Presidente Mokgweetsi Masisi, conquistou apenas um lugar até ao momento.

Mais de um milhão de eleitores neste país rico em diamantes foram às urnas para escolher também entre quatro candidatos para liderar a democracia mais antiga da região, que está nas mãos do BDP há 58 anos, desde a independência dos britânicos, em 1966.

O Botsuana, um país estável e multipartidário, realiza eleições gerais de cinco em cinco anos, que são consideradas livres e justas.

O BDP obteve 52,6% dos votos nas eleições legislativas de 2019, à frente da UDC (com 35,8%).

Masisi tornou-se Presidente do país em 2018, depois de o seu antecessor, Ian Khama, se ter demitido 18 meses antes, para cumprir rigorosamente a Constituição, que limita o mandato dos chefes de Estado a dez anos.

O atual Presidente, que procura um segundo e último mandato de cinco anos, foi severamente criticado por Khama, que no ano passado o acusou de autoritarismo e de ser uma ameaça à democracia.

Khama, filho do Presidente fundador do Botswana, abandonou o BDP e exilou-se na África do Sul em 2021, tendo regressado ao Botsuana, onde corre contra ele um processo em tribunal, em setembro, e tem feito campanha pela BPF, numa tentativa de destituir Masisi.

Embora seja um dos países mais ricos de África em termos de Produto Interno Bruto 'per capita', também é um dos países mais desiguais do mundo, de acordo com o Banco Mundial, e a sua economia tem sofrido nos últimos anos com a queda do preço dos diamantes.

Os diamantes, de que é o segundo maior produtor mundial, representam um quarto da economia do país e mais de 90% das suas exportações.

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