A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, pediu, esta quinta-feira, uma auditoria interna ao caso de uma criança que foi encaminhada por um operador da linha SNS24 para uma urgência que estava fechada.

A governante admitiu a existência de uma falha de comunicação entre a linha e os hospitais.

"Parece ter havido uma falha de comunicação entre o hospital e a linha. Quem está na linha a atender e a fazer a triagem tem de saber que aquele hospital já não está a conseguir receber doentes. É muito importante que este mecanismo de comunicação não falhe", referiu Ana Paula Martins.

Linha SNS 24 encaminhou criança para urgência que estava fechada

Vanda Almeida mora em Ameal, Torres Vedras. Na segunda-feira, o filho de 5 anos foi observado na unidade de cuidados primários: Tiago estava com febre há três dias e a temperatura não baixava.

No dia de Natal, os sintomas agravaram-se, o menino tinha dores de ouvidos e de garganta. A mãe telefonou para a linha SNS 24 e, uma hora e meia depois de ter telefonado, foi finalmente atendida por uma profissional de saúde. Depois de explicar o que se passava, recebeu a mensagem para levar o filho ao serviço de urgências pediátricas do Hospital de Torres Vedras, que Vanda tinha visto na página da ULS Oeste que estavam encerradas.

Da linha insistiram que as urgências pediátricas estavam abertas e que levasse o filho o quanto antes para ser observado. Vanda Almeida decidiu então procurar assistência noutro hospital, sendo que o mais próximo era o das Caldas da Rainha, a 40 quilómetros de casa.

Quando a criança foi finalmente observada, a pediatra confirmou que as dores eram provocadas por uma otite e um inflamação na garganta.

Cinco horas de angústia para a mãe e de sofrimento para a criança quando o diagnóstico poderia ter sido feito com maior rapidez, não fosse a informação errada da Linha SNS 24.

Vanda Almeida confirma que o filho não foi o único a ser erradamente referenciado. O hospital de Torres Vedras assume. A SIC contactou os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, responsável pela página do portal do SNS. Até ao momento não recebeu qualquer resposta.