O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou esta quinta-feira a escalada das tensões entre os rebeldes Houthis no Iémen e Israel, considerando "particularmente alarmantes" os ataques israelitas que atingiram sobretudo o aeroporto de Sana, controlado pelos insurgentes.
"O secretário-geral condena a escalada (...) Os ataques aéreos israelitas hoje no Aeroporto Internacional de Sana, nos portos do Mar Vermelho e nas centrais elétricas no Iémen são particularmente alarmantes", destacou Stéphane Dujarric, porta-voz do diplomata português.
Guterres sublinhou também que estes ataques seguem-se a "um ano de escalada dos Houthis no Mar Vermelho e na região", de acordo com um comunicado.
Pelo menos seis pessoas morreram e 40 ficaram feridas na sequência dos ataques israelitas contra diferentes infraestruturas no Iémen, sob controlo dos rebeldes Houthis, segundo o mais recente balanço.
O ataque lançado pela aviação israelita atingiu infraestruturas utilizadas pelos Houthis no aeroporto de Sana, nas centrais elétricas de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições nos portos de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste, de acordo com uma declaração militar israelita.
"[Israel] Ataca deliberadamente civis e destrói instalações do serviço público para afetar a vida das pessoas e os seus direitos de se deslocarem e viajarem em segurança", acusaram, por sua vez, os rebeldes iemenitas sobre este bombardeamento, que consideraram "uma violação flagrante do direito internacional".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanayahu, prometeu que Israel atacará os Houthis no Iémen "até que a missão" de os neutralizar "esteja concluída", descrevendo-os como "braço terrorista do Irão", após o bombardeamento de alvos militares no país.
O Irão condenou os ataques israelitas contra os rebeldes no Iémen, aliados de Teerão, qualificando-os de "crime".
Segundo Telavive, os alvos estavam a ser utilizados pelos Houthis para contrabandear armas iranianas para a região e como porta de entrada para altos funcionários do regime iraniano.