
A Class of Wonders, startup portuguesa liderada por Francisco Pires de Miranda, ambiciona uma realidade em que as salas de aula sejam “lugares onde todas as crianças aprendam de forma significativa e evoluam de acordo com o seu ritmo individual”. Para isso, desenvolveram uma “metodologia de gamificação para a aprendizagem” que se consubstancia em jogos para apoiar o conhecimento dos alunos em literacia e numeracia, ou seja, nos níveis iniciais de língua portuguesa e matemática.
Francisco conta ao podcast “O Futuro do Futuro” que decidiu avançar para o desenvolvimento destas ferramentas partindo da sua própria experiência enquanto aluno. “Eu sou engenheiro do Técnico; comecei no mercado norte-americano, numa multinacional, mas tudo porque tive segundas, terceiras, quartas e quintas oportunidades. O meu perfil não era muito compatível com o sistema escolar e tive muito insucesso”, relata. Foi a pensar nos estudantes que não tinham as mesmas oportunidades ou apoios que começou a fazer voluntariado, e no âmbito dessa atividade começou a fazer “experimentação de estudo, com game design, pedagogia e uma abordagem muito experimental em mais de 1000 escolas em 10 países”. O que sobreviveu dessa experiência acabaria por resultar nesta empresa e na sua atividade, que hoje está em Portugal, mas também Espanha e Brasil.
Defende esta abordagem sobretudo por solucionar um problema a que a pedagogia tem tentado responder “durante muitos anos” e que “é muito consensual que não consegue: que cada aluno seja respeitado no seu ponto de partida e no seu ritmo de progresso (…) e consegue isso através dos jogos". O CEO e fundador da Class of Wonders diz que esta “parece uma grande antítese da escola”, mas que não o é. “Os jogos são locais onde nós estamos habituados a superar-nos, a progredir e a colaborar, a fazer as dinâmicas naturais de aprendizagem”, explica. Aquilo que fazem é “trazer isso para o foco, para o cerne das aprendizagens essenciais”.
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