O homem acusado de esfaquear mortalmente um amigo num alojamento no Porto, em 2024, e tentar desfazer-se do corpo foi esta terça-feira condenado a 23 anos de prisão e a uma pena acessória de expulsão do país, avançou fonte judicial.

A leitura do acórdão tinha sido agendada inicialmente para 1 de julho, contudo, foi adiada para esta terça-feira depois de o coletivo de juízes ter entendido alterar a qualificação do crime de homicídio qualificado, pelo qual vinha acusado, para homicídio qualificado agravado, devido à utilização de uma faca na prática do crime.

O homem, de 24 anos, respondia por um crime de homicídio qualificado agravado, cometido num Alojamento Local da cidade, em abril de 2024.

De acordo com a acusação, o arguido e o amigo, ambos de nacionalidade estrangeira, viajaram juntos para o Porto e ficaram hospedados num AL na zona do Bonfim, onde, o suspeito, por razões não apuradas, terá decidido matar o amigo e desfazer-se do corpo, tendo para esse efeito realizado pesquisas na Internet e comprado uma viagem para outro país.

O plano traçado

No dia anterior, e para concretizar o plano que havia traçado, o arguido terá esfaqueado com uma faca de cozinha a vítima com múltiplos golpes na região da cabeça, tronco, braços e, em particular, no pescoço, sustentou a acusação.

Além disso, o suspeito terá ainda mordido a vítima no tórax, braço direito e arrancado o polegar.

De acordo com a acusação, nessa mesma noite, o arguido comprou um saco de viagem de grandes dimensões para transportar o corpo, desfez-se dos pertences da vítima, limpou o apartamento e desligou a câmara de videovigilância.

Chamou posteriormente um TVDE, a quem pediu para o transportar ao aeroporto. Em julgamento, o motorista TVDE contou ao tribunal que, no caminho, o arguido lhe terá explicado o que tinha acontecido e pedido ajuda a troco de "muito dinheiro".

O motorista, ao aperceber-se de que o que acabara de ouvir poderia ser verdade, uma vez que o homem transportava um saco de grandes dimensões na mala, e apresentava ferimentos nas mãos, decidiu dirigir-se para uma esquadra da PSP.

Com LUSA