A vereadora Ana Bracamonte, com o pelouro da Diáspora e das Migrações da Câmara Municipal do Funchal (CMF), apresentou esta sexta-feira, no Salão Nobre da autarquia, o estudo de diagnóstico da comunidade migrante no concelho.

Segundo os dados revelados, em 2023 residiam no Funchal cerca de 7.400 migrantes, num universo de aproximadamente 14 mil migrantes identificados em toda a Região Autónoma da Madeira (RAM). O concelho acolhe migrantes provenientes de 80 nacionalidades diferentes, de um total de 123 nacionalidades registadas na Região.

A vereadora destacou ainda o impacto demográfico desta comunidade, referindo que os migrantes foram responsáveis por 39% dos nascimentos ocorridos em 2023 no Funchal. Ana Bracamonte sublinhou a importância deste contributo para o rejuvenescimento populacional e para a dinamização social e económica do concelho.

O estudo agora apresentado pretende servir de base para futuras políticas municipais de integração e apoio à população migrante, promovendo uma cidade “mais inclusiva, aberta e solidária”.

Ana Bracamonte sublinhou que as cidades não são neutras no tema das migrações: ou integram ou excluem. O Funchal fez uma escolha clara pela integração, reforçada no ano passado com a criação do pelouro da Diáspora e das Migrações, bem como de uma unidade orgânica dedicada ao tema.

Destacou que, para trabalhar uma área tão complexa como a das migrações, é fundamental conhecer dados concretos. O estudo diagnóstico agora apresentado fornece um retrato fiel da população imigrante no Funchal: cerca de 7.400 cidadãos, de 80 nacionalidades (sobretudo Venezuela, Brasil e Alemanha).

Identificaram-se quatro perfis principais, incluindo trabalhadores da hotelaria e restauração e uma parte qualificada que poderá ser ainda mais aproveitada. Foi também considerado o caso de lusodescendentes que, apesar de terem nacionalidade portuguesa, enfrentam desafios semelhantes aos dos imigrantes.

Entre os aspectos positivos, destacou-se a contribuição para a renovação demográfica — em 2023, os imigrantes representaram 39% dos nascimentos no Funchal — e a cobertura de lacunas no mercado de trabalho.

Entre os desafios, apontou-se a habitação como principal preocupação, tal como para a população local, e as barreiras linguísticas no acesso a serviços. A autarquia já trabalha na promoção da língua portuguesa e defende uma abordagem em rede, envolvendo governo regional, entidades locais e associações.

O estudo, iniciado em Abril e baseado em dados de 2023 do Instituto de Estatística, contou com uma elevada participação, superior à registada noutros municípios como Cascais ou Amadora, revelando grande interesse e coesão social.