A polícia finlandesa declarou hoje suspeitar que o petroleiro "Eagle S", proveniente da Rússia e suspeito de integrar "a frota-fantasma" russa, esteja envolvido na avaria de um cabo elétrico submarino entre a Finlândia e a Estónia.

Com pavilhão das Ilhas Cook, o navio transportava "gasolina sem chumbo carregada num porto russo", declarou Sami Rakshit, diretor-geral das alfândegas finlandesas, em conferência de imprensa.

A polícia abriu um inquérito por "sabotagem agravada", acrescentou Robin Lardot, do Serviço Nacional de Investigação, sobre o incidente que ocorre pouco mais de um mês após a rutura de dois cabos de telecomunicaçõesem águas territoriais suecas no Mar Báltico.

Ainda na mesma conferência de imprensa, Robin Lardot informou que a polícia finlandesa já tinha abordado o petroleiro "Eagle S".

"Já abordámos o navio, falámos com a tripulação e recolhemos provas", declarou Lardot.

O navio encontra-se atualmente ao largo da costa de Porkkala, a cerca de 30 quilómetros de Helsínquia, após a intervenção de um barco-patrulha finlandês.

No dia de Natal, a ligação de corrente contínua EstLink 2 entre a Finlândia e a Estónia foi desligada da rede, anunciou na ocasião o operador finlandês Fingrid, que não afastou a possibilidade de sabotagem e que garantiu na altura que o fornecimento de eletricidade não foi afetado.

O Presidente finlandês, Alexander Stubb, defendeu hoje na rede social X (antigo Twitter) a necessidade de "eliminar" os "riscos causados" pelos navios da chamada "frota-fantasma" russa.

"Acompanhámos a situação de perto desde ontem [quarta-feira]" com o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, acrescentou o chefe de Estado.

Governo da Estónia investiga

Também o Governo da Estónia anunciou a realização ainda hoje de uma reunião extraordinária.

De acordo com o primeiro-ministro do país, Kristen Michal, e "apesar das férias", muitos estão a trabalhar para identificar e avaliar os contornos do incidente.

O cabo Estlink-2 foi desligado pouco depois do meio-dia de quarta-feira.

Nos incidentes ocorridos no mês passado no Mar Báltico, as suspeitas recaíram sobre um navio de pavilhão chinês, o Yi Peng 3, que se encontrava na zona na altura da rutura dos dois cabos de telecomunicações.

Segundo o Ocidente, a chamada "frota-fantasma" russa são navios que transportam petróleo russo e contornam as sanções impostas a Moscovo na sequência da guerra contra a Ucrânia.