
Foi no decorrer de mais uma visita à Faixa Corta-fogo do Caminho dos Pretos que Miguel Albuquerque constatou as dificuldades associadas à intervenção nestes terrenos, que actualmente já somam cerca de 300 hectares, metade do projectado pelo Governo Regional após os grandes incêndios de 2016.
No momento, além dos trabalhos de limpeza recorrente das áreas já intervencionadas, assegurados pelos sapadores florestais do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), decorrem dois projectos com vista à reconversão do coberto vegetal e consequentemente defesa da floresta contra incêndios, no valor total de 561 mil euros, verba proveniente, na íntegra, de fundos europeus (FEADER). Estamos a falar de terrenos que integram já a referida zona de contenção na posse da Região, que neste particular representam cerca de 34 hectares.
"Estamos a intervir numa zona que vai ligar ao Chão da Lagoa, com cerca de 30 hectares, com acesso... Estamos a fazer caminhos florestais para acesso a viatura todo-o-terreno, mas há zonas onde estamos a intervir novamente", apontou.
"Já fizemos intervenções múltiplas e em diversas plataformas em cerca de 50% desses 600 hectares e estamos a continuar a trabalhar. Temos feito a limpeza dos terrenos, cortando as acácias e os eucaliptos, que são espécies altamente inflamáveis, e temos substituído por plantas autóctones, com menor capacidade de combustão", esclareceu Miguel Albuquerque, aos jornalistas.
Além disso, o governante reconhecer o "trabalho árduo" que está em causa, notando que, desde 2018, contam-se já investimentos na ordem dos seis milhões de euros, dinheiro, também ele, em parte, assegurado pelos 'cofres' da União Europeia.
Ainda sobre os terrenos alvo de intervenção, o presidente do Governo Regional enfatizou a colaboração de alguns privados, que têm beneficiado, igualmente, de apoios comunitários.
Nesse sentido, Miguel Albuquerque fez, novamente, um apelo aos privados para a limpeza dos seus terrenos, sobretudo quando estamos a entrar "na chamada época de incêndios", impondo-se, por isso, atitudes preventivas, incumbência de todos.
"Os custos que estamos a associar a estes trabalhos são elevadíssimos. E só acabam quando tivermos o crescimento das plantas autóctones, no sentido de não deixar que as infestantes cresçam. Este é um trabalho a médio e longo prazo. Um trabalho árduo, constante e onde estamos concentrados", sustentou o líder do Executivo madeirense, que se fez acompanhar nesta visita pelos secretários regionais da Saúde Protecção Civil e do Turismo, Ambiente e Cultura.
Sobre o andamento das intervenções, Albuquerque reconheceu a falta de meios e a falta de "sustentabilidade financeira" para o fazer. "Este é um trabalho de uma geração ou de duas gerações", iniciado em 2018. O presidente do Governo Regional lembrou as doações feitas por empresas.