Em comunicado emitido, a CDU deixa algumas questões ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, sobre o novo hospital.

"Como foi noticiado pela imprensa, o Presidente do Governo Regional da Madeira reuniria com o Primeiro Ministro, nomeadamente, para tratar de assuntos que teriam a ver com a terceira fase do Novo Hospital da Madeira", começa por dizer, acrescentando que de acordo com as declarações, para Albuquerque era necessário "termos uma resolução do Conselho de Ministros para lançarmos a terceira fase da obra do hospital" em para tratar da assunção de "responsabilidades quanto à despesa a ser assumida por parte do Estado."

"Entretanto, algumas questões ficaram por esclarecer. Então, por que razão Albuquerque foi tratar em Lisboa da 3.ª fase de construção do Novo Hospital? Não era suposto, no que se refere às etapas do projecto do Novo Hospital, já estar tudo definido no Plano Plurianual de Investimentos? Terão havido alterações estruturais no projecto que tinha sido inicialmente aprovado e nos correspondentes meios financeiros estabelecidos?", aponta a CDU.

Alega ainda "derrapagem financeira", apontando os problemas que decorrem de atrasos na execução do projecto hospitalar para a Madeira, que deverias "estar concluído em quatro anos": "Já é mais do que certo que, irá demorar o dobro do tempo a ser construído com todos os prejuízos que daí decorrerão para o interesse público e para o erário público, em vez de quatro anos, irá demorar 8 anos. Será que o Presidente do Governo foi a Lisboa tratar dos encargos inerentes à desastrosa derrapagem financeira?", questiona.

Sobre as obras do Novo Hospital da Madeira, como se não bastassem os atrasos e incumprimentos, em tempo útil, dos prazos e etapas do projeto inicialmente aprovado, soma-se o problema da derrapagem financeira. A obra irá custar, na melhor das hipóteses, o dobro do previsto. Tudo se torna ainda mais grave quando se sabe que esta inaceitável derrapagem financeira não se fica a dever à revisão de preços, não resulta do aumento dos preços dos materiais de construção. CDU

Tendo em conta que a reunião com o primeiro-ministro para tratar do Novo Hospital "só se justifica caso o Presidente do Governo Regional da Madeira fosse a Lisboa colocar novos dados significativamente distintivos em relação ao projecto aprovado, será que esteve em causa a privatização de serviços e a entrega de funcionalidades a privados?"

"São do domínio público que existem "lobbies" para alcançar fins estranhos ao interesse público no que diz respeito ao Novo Hospital. Já estão em curso diligências com o objetivo de saciar determinados interesses privados no que se reporta a serviços e funcionalidades como, por exemplo, serviço de cozinha, de lavandarias, de obra e equipamentos de radioterapia, de gestão de resíduos e de outros serviços...", lê-se ainda.

Outra questão deixada pelo partido é se "será que Miguel Albuquerque foi tratar com Montenegro da retirada ao projecto aprovado funções e serviços que descaracterizam a natureza do projeto aprovado inicialmente?"

"Atendendo a que o conteúdo das questões que justificaram a reunião de Miguel Albuquerque com Montenegro não teve, até ao momento, clarificação, a CDU considera que existem relevantes razões para questionar o Presidente do Governo Regional sobre a matéria", menciona.

A encerrar, a CDU, que diz estar na ", na defesa do interesse público regional", afirma que " Miguel Albuquerque tem o dever de esclarecer o que de novo poderá estar em causa quanto ao Novo Hospital para a Região Autónoma da Madeira."