
O que a motivou, enquanto médica, a investir numa formação em gestão de serviços de saúde?
Na nossa formação enquanto médicos, quer durante o curso de medicina, quer posteriormente durante o internato da especialidade, não temos qualquer formação em gestão. A verdade é que, já como assistente hospitalar graduada de Neurocirurgia, senti necessidade de complementar a minha formação na área de Gestão de Serviços de Saúde para compreender melhor o funcionamento das unidades hospitalares. Após muitos anos a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS), achei que tinha chegado a altura de adquirir competências na área de Gestão que me permitam enfrentar os constantes desafios presentes e futuros na área da saúde.
Que competências ou conhecimentos sentiu que precisava de desenvolver para responder melhor aos desafios atuais da saúde?
Na minha opinião, o maior desafio nas instituições de saúde, em particular no SNS, é motivar e manter as equipas. As pessoas são sem dúvida a maior riqueza de qualquer instituição, pelo que competências em gestão estratégica de pessoas, liderança de equipas e gestão de conflitos, são essenciais. Além disso, a constante mudança nas nossas instituições requer lideranças ágeis e modelos de gestão adequados. O Executive Master em Gestão de Serviços de Saúde permitiu-me adquirir conhecimentos e competências nestas áreas essenciais, mas também refletir sobre as nossas (minha) instituições de saúde e como podemos (poderei) contribuir para as melhorar.
Como tem sido a experiência no Executive Master do Iscte Executive Education? Destacaria alguma abordagem, módulo ou docente em particular?
A experiência foi incrível, transformadora. Mais uma vez, além das competências que adquiri, levo na bagagem “pessoas”, incluindo colegas de várias áreas com quem tive o privilégio de partilhar esta viagem, mas também docentes que marcaram pela sua forma de ensinar, de ensinar a pensar, de partilhar casos práticos e concretos da sua experiência profissional.
A formação trouxe mudanças concretas na sua prática profissional ou na forma como encara a gestão em contexto clínico?
Sem dúvida! As competências e ferramentas adquiridas durante a formação do Executive Master, permitem-me compreender e ajudar a encontrar soluções para os desafios diários da minha instituição de saúde. Adicionalmente, e no sentido de colmatar a lacuna no ensino médico sobre gestão, foi recentemente aprovada uma disciplina optativa sobre Fundamentos de Gestão em Saúde na Faculdade de Medicina de Lisboa, lecionada pela Professora Generosa do Nascimento, por mim e por um jovem médico (Duarte Graça) que também fez formação em gestão no Iscte.
Como vê o papel dos profissionais de saúde com formação em gestão na transformação dos serviços de saúde em Portugal?
Os conhecimentos e competências em gestão ajudam a analisar os problemas e a encontrar soluções, definir estratégias, quer na organização quer na gestão das pessoas. Não tenho dúvida que médicos com formação em gestão estão melhor preparados para enfrentar os múltiplos desafios que se colocam aos serviços de saúde, públicos e privados, em Portugal. É preciso criar e promover uma cultura de formação em gestão nos profissionais de saúde, com o objetivo de médio-longo prazo de transformar as organizações de saúde, tornando-as mais ágeis e menos resistentes à mudança.
Que conselho deixaria a outros médicos ou profissionais de saúde que ponderam dar este passo formativo?
A formação em gestão na saúde é uma ferramenta essencial para que os profissionais de saúde possam dar um contributo mais efetivo nas suas instituições de saúde. O Executive Master do Iscte é um programa muito completo, diversificado e aplicado à nossa realidade. Recomendo vivamente!
SO
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