
A nova temporada Gulbenkian Música apresenta mais de 120 espetáculos entre setembro de 2025 e maio de 2026. “Das grandes obras do repertório sinfónico à música coral e de câmara”, lê-se na apresentação à imprensa, a programação contempla “recitais, cine-concertos e músicas do mundo”.
No arranque da última temporada sob a direção artística de Risto Nieminen (que se reforma após 16 anos como diretor do Serviço de Música da Fundação, sendo substituído no cargo pelo sueco Fredrik Andersson), a Orquestra Gulbenkian volta a atuar ao ar livre no Vale do Silêncio (6 de setembro), com um programa de entrada livre dirigido pelo maestro Pedro Neves.
O maestro titular da Orquestra Gulbenkian, Hannu Lintu, será presença constante numa temporada que contará também com maestros convidados como Lorenzo Viotti, Giancarlo Guerrero, Jukka-Pekka Saraste, Aziz Shokhakimov, Juanjo Mena, Sofi Jeannin, Samy Rachid ou Nuno Coelho, entre outros.
Lintu apresenta concertos duplos, “dando a ouvir algumas das obras mais emblemáticas do repertório sinfónico, de compositores como Beethoven, Mahler, Brahms, Schumann ou Chostakovitch, assim como peças de Alban Berg, Hans Werner Henze ou Magnus Lindberg”, refere o programa. Sob a sua direção, atua um brilhante conjunto de solistas como Leif Ove Andsnes (7 e 8 de maio de 2026), Jan Lisiecki (6 e 7 de novembro de 2025), Alessio Bax (19 e 20 de março de 2026) e Daniel Lozakovich (19 e 20 de fevereiro de 2026).
Centenário de Boulez e Bachianas brasileiras
O maestro titular da Orquestra Gulbenkian conduzirá também o 1º ato da ópera “A Valquíria”, de Richard Wagner, em versão de concerto (com a soprano Marita Sølberg, o tenor Stuart Skelton e o baixo Mika Kares), a 9 e 10 de outubro deste ano, e a Oratória Elias, de Mendelssohn, com um quarteto de solistas onde se destaca o barítono Matthias Goerne, a 28 e 29 de maio do próximo ano.
O habitual Concerto de Ano Novo estará também a cargo de Hannu Lintu, que dirige a Orquestra Gulbenkian num repertório com árias de ópera interpretadas pela meio-soprano americana J’Nai Bridges (7, 8 e 9 de janeiro de 2026).
Martina Batič, Maestra Titular do Coro Gulbenkian, conduz as formações residentes em repertório coral-sinfónico: o Messias de Händel (18, 19 e 20 de dezembro deste ano) e a Paixão segundo São João de Johann Sebastian Bach (1 e 2 de abril de 2026).
Assinala-se nesta temporada o centenário do nascimento de compositor e maestro francês Pierre Boulez, com um ciclo de concertos de entrada livre. Serão apresentadas obras como Pli selon Pli (12 de setembro de 2025), dirigida por Pedro Amaral, ou a Sonata para piano n.º 2, interpretada por Tamara Stefanovich (8 de setembro de 2025). O Ensemble intercontemporain, coletivo criado por Boulez mostra Le Marteau sans Maître, peça para contralto e seis instrumentos (13 de setembro).
A maestra chinesa Tianyi Lu dirige um programa dedicado a mulheres compositoras, com obras de Andreia Pinto Correia e Dora Pejacevic, num concerto de entrada livre (2 de outubro de 2025).
Por sua vez, a 13 e 14 de novembro próximos, o britânico Neil Thomson conduz a Orquestra Gulbenkian num programa que inclui peças dos compositores brasileiros Heitor Villa-Lobos (Bachianas Brasileiras n.º 8) e Cláudio Santoro (Cantata elegíaca), ligado à exposição Complexo Brasil, que será exibida na Galeria Principal da Sede da Fundação no final deste ano.
Piano, intérpretes e músicas do mundo
O Ciclo de Piano contará com as vindas de Grigory Sokolov (23 de março de 2025), Elisabeth Leonskaja (24 de maio de 2026), Arcadi Volodos (26 de abril de 2026), Nikolai Lugansky (16 de abril de 2026), András Schiff (28 de fevereiro de 2026), Piotr Anderszewski (9 de março de 2026) e Javier Perianes (7 de dezembro de 2026), destacando-se ainda o jovem pianista japonês Mao Fujita, em estreia em Portugal, a 19 de outubro próximo.
No Ciclo Grande Intérpretes, atua o barítono Peter Mattei (1 de fevereiro de 2026), para interpretar o ciclo de canções o Canto do Cisne de Schubert, a violinista Isabelle Faust (12 de abril de 2026) e o violoncelista Nicolas Altstaedt (21 de outubro próximo). Note-se o regresso de Jordi Savall com as suas formações Hespèrion XXI e Orpheus 21, para apresentar um programa que reúne músicos cristãos, judeus, e muçulmanos sob a égide da música do Mediterrâneo e do Oriente (22 de fevereiro de 2026). Também será apresentada uma versão semi-encenada das obras “Il ballo delle Ingrate” e “Il Combattimento di Tancredi e Clorinda de Monteverdi”, pelo ensemble Il Pomo d’Oro, sob a direção de Francesco Corti (13 de outubro de 2025).
A Música de Câmara marcará forte presença, com a atuação do Quarteto Casals (4 de novembro de 2025), o Quarteto Modigliani (2 de fevereiro de 2026), o Quarteto Quiroga (23 de fevereiro de 2026), o Quarteto Belcea (4 de março de 2026) e o Quarteto Leipzig (com o pianista Christian Zacharias; 27 de novembro de 2025). Destaque-se igualmente interpretação do Quarteto para o Fim dos Tempos de Messiaen, escrito e estreado num campo de prisioneiros em Gorlitz na a II Guerra Mundial), a 7 de abril de 2026.
No âmbito do ciclo Músicas do Mundo, propõem-se viagens pelas Memórias do Afeganistão (25 de outubro de 2025), Mistério das Vozes Búlgaras (15 de novembro de 2025), Música Tradicional Persa (21 de março de 2026), Música Clássica Indiana (11 de abril de 2026), Cantos tradicionais da Córsega (9 de maio de 2026), e por três séculos de Música Arménia (23 de maio de 2026), bem como pela obra da dupla franco-senegalesa Ablaye Cissoko & Cyrille Brotto (29 de novembro de 2025).
Nesta temporada, serão transmitidas as seguintes óperas da Metropolitan Opera de Nova Iorque: La Sonnambula de Vincenzo Bellini, La Bohème de Giacomo Puccini, Arabella deRichard Strauss, Andrea Chénier de Umberto Giordano, I Puritani de Vincenzo Bellini, Tristão e Isoldade Richard Wagnere Eugene Onegin de Piotr Ilitch Tchaikovsky.