Do cordeiro bragançano e do cabrito de Montesinho ao porco bísaro e à vitela Mirandesa, Bragança foi abençoada em produtos únicos de sabores intensos e genuínos. Em Trás-os-Montes, o fumeiro é uma autêntica religião, com destaque para as alheiras, as chouriças, os salpicões, os presuntos e os chouriços de mel. A lista inclui, também, o típico butelo que, acompanhado por casulas é protagonista de festival anual já agendado para o final de fevereiro. Castanhas, azeite, vinho e mel são outros produtos regionais sempre presentes nas mesas dos principais restaurantes e tabernas do município de Bragança
Sabores regionais com tradição
O Geadas
No restaurante onde Iracema e Adérito começaram o caminho na restauração, nos anos 80, e onde Óscar e António Gonçalves, do premiado G Restaurante, também deram os primeiros passos, a tradição ainda é o que era. Por isso, o “Butelo com casulas”, prato sazonal, é servido apenas a partir de dezembro e elaborado com os melhores produtos regionais. Na respetiva época, a ementa privilegia também os pratos de caça, com lebre, javali e pombo em destaque. De resto, a visita deve começar com as “Torradas de azeite”, o “Salpicão de Vinhais” e a “Empada de perdiz”. Os “Medalhões de vitela com barriga de porco Bísaro e cogumelos brancos” e a “Costeleta de vitela mirandesa” atestam a qualidade das carnes transmontanas, mas os peixes frescos estão diariamente disponíveis nas mesas do restaurante O Geadas. A carta de vinhos e o ambiente clássico e acolhedor fazem deste um dos melhores locais para comer em Bragança. Preço médio: €30.
Rua Damasceno de Campos, Bragança. Tel. 273326002
Solar Bragançano
É uma joia de Bragança. O restaurante Solar Bragançano tem uma atmosfera icónica e acolhedora, onde os objetos antigos e os quadros de artistas portugueses convivem com emblemáticos pratos de caça, feitos com mestria e anos de saber. Com o aconhego da lareira, conte com “Coelho bravo à Monsenhor”, “Faisão com castanhas” ou “Veado à D. Teodósio”, mas também com boas sugestões de peixe e carne na brasa, servidas numa das três salas ou no pátio das traseiras, em dias bons. A garrafeira complementa um serviço atencioso. Preço médio: €25
Praça da Sé, 34, Bragança. Tel. 273323875
O Abel
A “Posta transmontana” e a “Costeleta de vitela”, ambas grelhadas com a prática de quem o faz há muitos anos, são um motivo de peregrinação à pacata aldeia de Gimonde. O Abel abriu em 1984 e tem hoje, frequentemente, as duas salas do restaurante repletas de clientes. A carne na brasa, servida com ótimas batatas fritas ou a murro, a que se junta também o cordeiro, é o principal chamariz desta casa familiar, onde o serviço rápido e informal também ganha pontos. Comece a refeição com a “Chouriça assada” e termine com doces caseiros. Preço médio: €20
Rua do Sabor, Gimonde. Tel. 273382555
Restaurante Típico D. Roberto
O calor da lareira e o atendimento aconchegam, assim como o fumeiro. Durante todo o ano é possível saborear o “Butelo com casulas” neste restaurante, na aldeia de Gimonde. No entanto, a “época alta” é entre outubro e maio. Acompanha com batata cozida, cebola cozida, chouriça e costela de porco, mas Alexandrina Fernandes, responsável, afirma que há também quem lhe junte “couve e as carnes do cozido”. Nesta casa destacam-se ainda a “Trilogia de porco de raça Bísara”, com secretos, costela e lombinho de porco, o “Cozido à D. Roberto”, o “Arroz de javali” e o “Cordeiro bragançano assado DOP”. O restaurante existe neste local desde 1935, tendo sido remodelado ao longo dos tempos. Atualmente funciona também como taberna e loja de produtos regionais, onde se podem adquirir queijos e produtos elaborados pela Bísaro – Salsicharia Tradicional, entre presuntos e enchidos. No Restaurante Típico D. Roberto, o “Pudim de castanhas”, os “Milhos doces com compotas” e o “Gelado de marmelo” rematam a refeição. Preço médio: €20.
Rua Coronel Álvaro Cepeda, 1, Gimonde Tel. 273302510
O Javali
Os produtos da terra são protagonistas na ementa deste restaurante tradicional, onde o javali se apresenta em formato de empada, arroz, estufado com castanhas ou assado na brasa. Mas há outras especialidades transmontanas, como o “Crepe recheado com cogumelos”, a “Perdiz estufada com castanhas” e o “Lombelo de porco Bísaro”. O menu de degustação do restaurante O Javali, onde entram o “Caldo de peixe de Trás-os-Montes” e o “Pudim de castanhas” é uma alternativa para experimentar o melhor da região. Preço médio: €20.
Estrada do Portelo, Km 5, Bragança Tel. 273333898
Tasca do Zé Tuga
É com base na criatividade e no saber do chef Luís Portugal que se desenvolvem os pratos desta Tasca do Zé Tuga, localizada dentro das muralhas e com vista para o Castelo de Bragança. Os produtos da região estão em destaque ao longo do menu, onde brilham os “Cogumelos com alheira”, de entrada, o “Polvo algarvio com puré transmontano” e o “Lombelo de porco”, como principais, e a “Torta de azeite”, à sobremesa. Há a possibilidade de optar pelo menu de degustação, com seis momentos. Preço médio: €40.
Rua da Igreja, 66, Bragança Tel. 273381358
Contradição
Com o selo de qualidade da família Geadas, este gastrobar nas proximidades do castelo é coerente na missão de apresentar pratos criativos e saborosos, feitos com ingredientes maioritariamente locais e sazonais. No piso térreo, com vista para a cozinha aberta, no andar superior ou na esplanada comece com as generosas “Chamuças da Tia Mariema” e avance para as “Vieiras com cuscos de berbigão” e a “Massa fresca de boletos, sofrito de legumes e cecina de vaca”. Termine com o “Cheesecake basco e mel” da região e regue a refeição com vinho regional. O gastrobar Contradição reabre a 5 de fevereiro. Preço médio: €30.
Rua Rainha D. Amélia, 222, Bragança. Tel. 926844363
G Restaurante
Privilegiar os produtos endógenos, dando desta-que ao terroir transmontano, é a grande missão dos irmãos Geadas no G Restaurante, instalado na Pousada de Bragança, e aquilo que mais os distingue dos pares. “Num processo contínuo de pesquisa e evolução, damos especial atenção ao enaltecimento dos produtores e produtos regionais”, afirmam. Na cozinha, Óscar Gonçalves trabalha com contemporaneidade ingredientes locais, como os cogumelos, a caça, o trigo barbela, os cuscos de Vinhais e os citrinos da Vilariça. Fá-lo de forma apaixonada, incessante e honesta. Na sala, o irmão, António Gonçalves, contador de histórias nato, harmoniza-os com vinhos da região. Júlio Resende, Graça Morais, Armando Alves e Nadir Afonso emprestam o nome e a inspiração aos menus de degustação disponíveis, além do vegetariano. Se tiver dificuldade em escolher, opte pelo menu da temporada, com “Pregado, casulas, butelo e poejo”, “Corço, arroz carolino da Herdade de Portocarro e funcho” e “Javali, cogumelos, castanha e alho negro”, numa viagem pelo melhor da região e da época. O G Restaurante foi premiado com Garfo de Ouro no Guia Boa Cama Boa Mesa 2024 e ostenta uma estrela Michelin. Preço médio: €90
Pousada de Bragança, Rua Estrada do Turismo, Bragança Tel . 273331493
O Copinhos
De forte personalidade transmontana, é uma das mais emblemáticas casas da cidade a servir petiscos e pratos de teor regional. O ambiente rústico acompanha o que chega à mesa, em pequenos pratinhos: Pataniscas, Iscas”, Salada de orelha”, de feijão-frade ou grão, além de Pernil cozido, Petingas albardadas, Moelas e Rojões do redenho. Especialidade exclusiva são os Pezinhos com cominhos, embora também os façam de coentrada. Pergunte pelos “Pikantones” e avalie outros pratos tradicionais, entre “Mão de vaca”, “Cozido” e “Vitela no forno”. Com sorte, a refeição no restaurante O Copinhos é animada por uma cantoria da D. Fernanda, a “Nanda”. Finalize com compotas e queijo. Preço médio: €15.
Rua Conde de Arães, 9, Bragança. Tel. 934206251
Sotinho – Pomada e Mata Borrão
Em pleno centro histórico de Bragança, em ambiente bem-disposto, no Sotinho – Pomada e Mata Borrão, inaugurado em 2020, a aposta é feita em petiscos e vinho. Juliana e João – também conhecido por chefe “Txono” – preparam Txonhinhos, Pintxinhos, Bolinhos de bacalhau, Pastéis de carne, Albardas, Pernil fumado, queijos e enchidos servidos com vinhos da região. Pergunte pelo Mata Borrão – para “secar o vinho“ – e pela história das Tábuas de queijos ou enchidos. Preço médio: €15.
Rua Combatentes da Grande Guerra, 208, Bragança. Tel. 913246621
Taberna O Batoque
Recria a atmosfera das tabernas de outros tempos, com copos e petiscos prontos a sair a partir do fim da tarde e uma singularidade: a especialidade maior desta pequena casa bragantina são os cogumelos, que os proprietários consideram a “carne do futuro”, e não é coisa pouca. Da variedade de cogumelos disponíveis nas imediações às diferentes formas de os preparar, são capazes de encher uma ementa farta em opções. Deixe-se aconselhar pelos proprietários, conhecedores dos segredos da micologia, sabendo que o Creme, o Rissol, a Bruschetta, os Cuscuz, a Açorda, o Risotto, todos de cogumelos, e os Salteados com castanhas, em doses generosas, para dois, são alguns dos favoritos da clientela da Taberna O Batoque. O espaço é pequeno, com poucas mesas, pelo que o melhor é reservar antecipadamente. Preço médio: €20.
Rua dos Batoques, 25, Bragança. Tel. 968546599