O Hamas aceitou um esboço de acordo para um cessar-fogo em Gaza, que inclui a libertação de dezenas de reféns, afirmaram à Associated Press duas fontes envolvidas nas negociações. Ao fim de 15 meses de guerra, os mediadores norte-americanos e do Qatar fizeram saber que Israel e o grupo palestiniano estavam mais próximos que nunca do ponto de travagem do conflito.

A AP obteve uma cópia da proposta de acordo cuja autenticidade foi confirmada por um responsável egípcio e outro do Hamas. Também sob anonimato, um israelita explicou que foram feitos progressos, mas os detalhes ainda estão a ser finalizados.

“Acredito que vamos conseguir chegar a um cessar-fogo", disse o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken durante um discurso esta terça-feira. “Está quase. Está mais perto do que nunca,” e poderia estar por horas ou dias.

Blinken apresenta plano para reconstrução e governação de Gaza no pós-guerra

Com um cessar-fogo prestes a ser concluído, o secretário de Estado norte-americano apresentou mesmo um plano para a reconstrução e a governação de Gaza no pós-guerra, . Blinken elogiou a proposta, que está a ser elaborada há um ano, e sublinhou a importância de garantir a sua aplicação depois de o Governo do atual Presidente, o democrata Joe Biden, cessar funções, num discurso proferido no Atlantic Council, um grupo de reflexão com sede em Washington.

"Temos a responsabilidade de garantir que os ganhos estratégicos dos últimos 15 meses perdurem e sirvam de base a um futuro melhor", declarou Blinken. "Com demasiada frequência, no Médio Oriente, temos visto como o lugar de um ditador pode ser ocupado por outro, ou abrir caminho ao conflito e ao caos", acrescentou.

Segundo o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, o plano, de que já diversas vezes falou em traços largos, prevê que a Autoridade Palestiniana convide "parceiros internacionais" para criar uma autoridade governamental interina destinada a gerir serviços essenciais e supervisionar o território, ao mesmo tempo que outros parceiros, nomeadamente os Estados árabes, forneceriam forças para uma missão de segurança provisória.

O plano para a Faixa de Gaza foi apenas parte do discurso, que também abordou outras áreas da política do Governo Biden para o Médio Oriente, incluindo o Irão e a potencial normalização das relações diplomáticas entre Israel e a Arábia Saudita.