A sede da LinkedIn Iberia foi palco hoje de um encontro entre Anna Golsa (diretora-geral corporativa do Eurofirms Group) e Ángel Sáenz de Cenzano (diretor-geral da LinkedIn Portugal e Espanha), centrado no impacto da inteligência artificial (IA) na gestão de talentos.

Ambas as organizações concordaram em destacar o papel desta tecnologia como aliada estratégica para melhorar os processos de seleção e a experiência tanto dos candidatos como dos funcionários.

Durante o encontro, Golsa expôs como o Eurofirms Group, em colaboração com a Telefónica Tech, começou a aplicar a IA generativa nas suas soluções de gestão de talentos. Esta utilização tem como objetivo agilizar a identificação de perfis adequados, avaliando de forma objetiva elementos como a formação, a experiência profissional e as soft skills, com o objetivo de reduzir erros, aumentar a eficiência operacional e promover uma tomada de decisões mais precisa e inclusiva.

Esta abordagem enquadra-se na cultura corporativa «People first» da empresa, que defende a integração da tecnologia sem perder o foco no fator humano. Segundo Golsa, a IA não substitui as pessoas, mas empodera-as, libertando-as de tarefas repetitivas para que possam concentrar-se em funções de maior valor acrescentado.

Durante a sua intervenção, Golsa também destacou como a introdução da IA está a promover o surgimento de novos perfis profissionais, orientados para a supervisão, otimização e gestão destes sistemas tecnológicos. Esta mudança estrutural nos ambientes de trabalho coloca as competências sociais, como a empatia, a comunicação ou a adaptabilidade, como elementos diferenciadores nos processos de seleção. Na sua opinião, estas competências, que a tecnologia pode ajudar a identificar, adquirem uma importância crescente num contexto automatizado.

Procura crescente por competências relacionadas com IA

Por sua vez, Sáenz de Cenzano concordou que a IA amplia o critério humano, permitindo que os profissionais se concentrem nas tarefas que realmente agregam valor, como: criatividade, estratégia ou gestão emocional. O responsável para Portugal e Espanha do LinkedIn, destacou a importância de que a implementação tecnológica seja realizada com uma visão ética, baseada em dados de talento de qualidade e em equipas diversificadas que garantam a inclusão e reduzam os preconceitos.

Sáenz de Cenzano apoiou as suas afirmações com dados extraídos da rede profissional LinkedIn. De acordo com as suas estimativas, nos últimos dois anos, as ofertas de emprego que incluem competências em IA multiplicaram-se por 2,3 e registam 17% mais candidaturas do que aquelas que não o fazem. Isto demonstra que o mercado de trabalho já percebe esta tecnologia como uma alavanca de competitividade e atração de talento.

Neste contexto, as competências interpessoais continuam a ganhar peso em relação às técnicas, especialmente em processos de seleção onde a capacidade de liderança ou a ética profissional são valores que a tecnologia ainda não consegue replicar. Segundo o executivo, estas competências serão determinantes num ambiente de trabalho cada vez mais impulsionado pela automatização.

Tanto a Eurofirms como o LinkedIn concordaram que o sucesso na integração da IA na gestão de talentos dependerá da sua aplicação responsável e centrada nas pessoas, garantindo que esta tecnologia se torne um verdadeiro motor de inclusão e eficiência para as organizações.