Sendo Oliveira de Azeméis um centro económico - o segundo concelho do distrito de Aveiro com mais indústrias sediadas - é desgostoso constatar a falta de investimento na vida cultural e social dos seus habitantes.
Apesar de estarmos constantemente no pódio em hóquei em patins e basquetebol no plano nacional ou bem colocados nos desempenhos de outras modalidades, de que é exemplo a patinagem artística, não temos incentivos públicos para as crianças e jovens adquirirem o gosto por estas práticas desportivas. Os parques infantis, de merendas ou exercícios, esparsamente espalhados pelo concelho, além de serem escassos, encontram-se quase sempre ao abandono. A Rua Pedonal, que há tempos atraía vida noturna, mantém-se silenciosa todos os fins de semana. O que todos estes casos têm em comum são a falta de incentivo e de cuidado sobre as questões de lazer, cultura, comunidade, e, em geral, bem-estar dos seus habitantes.
Falta fazer e desenvolver com regularidade atividades, eventos e festejos, reabilitação e manutenção dos espaços públicos de cada freguesia, quer sejam parques, jardins, salões, anfiteatros, quer sejam pavilhões.
A produtividade está fortemente relacionada com o bem-estar dos trabalhadores, e este bem-estar não pode ser separado do contexto em que a pessoa se insere. A felicidade e satisfação do indivíduo está no balanço entre a vida pessoal, laboral e social, ou seja, a casa (segurança e conforto), o trabalho (ofício e estabilidade económica) e o ‘’terceiro espaço’’ (lazer e estimulação social). Como seres de hábitos, não seria mais fácil acrescentar à rotina ir ao parque, fazer exercício, ler livros, ver espetáculos, conviver com amigos, se estas atividades fossem de custo acessível e perto?
A economia nunca pode ser separada da esfera sociocultural, pois esta não existe numa bolha. O que pode ser visto como um investimento sem lucro é, na verdade, uma aposta nos agentes da economia, tanto nos trabalhadores como nos pequenos negócios, pois a fomentação da vida social reanima a economia local. Apostar nas pessoas traduz-se na economia: pessoas felizes são pessoas produtivas. A CDU empenhar-se-á para alcançar estes objetivos.

Francisca jardim, CDU