
O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, anunciou esta terça-feira a realização de uma nova ação de protesto contra as descargas ilegais de resíduos no terreno de Poçoilos, que continuam a afetar a qualidade de vida das populações locais. Desta vez, a mobilização vai sair do concelho e chegar ao Ministério do Ambiente, em Lisboa, numa tentativa de pôr fim à inação governamental perante o problema.
A decisão foi tomada numa reunião com os presidentes das Juntas de Freguesia de São Sebastião, Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra e Sado, bem como com representantes da população, que voltaram a denunciar a continuidade de situações consideradas inaceitáveis. “Vamos continuar a exigir o fim das descargas ilegais em Poçoilos”, garantiu o autarca setubalense, mediante uma publicação nas redes sociais.
De acordo com André Martins, as autoridades competentes têm falhado na resolução de um problema que se arrasta há demasiado tempo. Apesar das múltiplas denúncias e protestos públicos já realizados, continuam a ocorrer deposições clandestinas de resíduos naquele local, com impactos sérios no ambiente e na saúde pública.
População quer respostas, não promessas
Na reunião realizada esta segunda-feira à noite, os participantes criticaram a ausência de medidas concretas por parte da Administração Central. Perante o imobilismo das entidades responsáveis, a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia decidiram elevar o tom do protesto.
“A situação é insustentável. Já não basta reunir, denunciar ou sensibilizar. Vamos exigir ao Governo, diretamente em Lisboa, que atue de forma firme e eficaz”, afirmou um dos autarcas presentes, segundo testemunhos recolhidos após o encontro.
O protesto a realizar na capital pretende pressionar o Ministério do Ambiente a intervir imediatamente, obrigando ao encerramento das atividades ilegais e à requalificação da área afetada. Para os moradores das freguesias envolvidas, não há mais margem para desculpas nem adiamentos.
Crise ambiental sem resposta à vista
Poçoilos, situado na periferia urbana de Setúbal, tem sido palco recorrente de descargas ilícitas, numa zona sensível do ponto de vista ambiental. Ao longo dos últimos anos, são reportadas sucessivas ações ilegais de despejo de entulho, resíduos industriais e outros materiais perigosos, com forte impacto no solo, águas subterrâneas e ecossistemas locais.
Apesar da gravidade da situação e das evidências públicas, as autoridades competentes continuam a não aplicar medidas eficazes de fiscalização, punição ou recuperação ambiental. A população denuncia um sentimento de abandono e exige responsabilidades.
André Martins sublinha que esta luta não é nova, mas está longe de estar resolvida, e promete que a autarquia continuará ao lado das populações até que o problema esteja definitivamente ultrapassado.