A Polícia Judiciária (PJ) confirmou hoje buscas nas câmaras de Oeiras e Grândola e em empresas do setor turístico, por alegada prevaricação ou corrupção, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas.

Em comunicado, a PJ revelou que, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, realizou hoje de manhã duas operações policiais, uma na Câmara de Oeiras, distrito de Lisboa, e outra na Câmara de Grândola, distrito de Setúbal.

As operações deram cumprimento a mandados de busca, emitidos pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa e de Évora.

As buscas estão relacionadas com a investigação “a eventuais crimes de prevaricação, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio e abuso de poderes e violação de regras urbanísticas”, lê-se no comunicado.

“Estas diligências visaram a recolha de elementos documentais, com vista ao desenvolvimento e conclusão, tão breve quanto possível, das investigações em curso”, acrescentou a PJ.

Fonte da PJ já tinha revelado hoje à agência Lusa que a Câmara de Oeiras estava a ser alvo de buscas por “suspeitas de corrupção”.

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara Municipal de Oeiras, liderada por Isaltino Morais (independente), confirmou também as buscas e adiantou estarem relacionadas com contratos celebrados com a empresa municipal Municípia – Empresa de Cartografia e Sistemas de Informação.

A mesma fonte indicou que as buscas começaram às 09:00 e às 11:40 ainda estavam a decorrer.

De acordo com a PJ, as buscas começaram hoje “de manhã cedo” e estão relacionadas com “suspeitas de corrupção”.

Já a estação televisiva CNN, divulgou a realização de buscas ao município de Grândola por violação de regras urbanísticas na Herdade da Comporta.

De acordo com a notícia, consultada pela agência Lusa, na página de Internet da CNN, “em causa está desde logo o alegado conflito de interesses de uma sociedade de advogados, a Abalada Matos, Moraes Cardoso e Associados, que foi contratada pela autarquia de Grândola para serviços de apoio à gestão urbanística”.

Mas, “ao mesmo tempo, aquela sociedade de advogados já representa os interesses imobiliários de promotores turísticos na herdade da Comporta”, ainda segundo a CNN.

“O conflito ocorre entre o interesse público e os interesses privados de duas sociedades – a Sublime Stay e a Herdade da Comporta, atividades turísticas”, refere a CNN.

Fonte da Câmara de Grândola contactada pela agência Lusa confirmou as buscas da PJ e, para já, limitou-se a acrescentar que “a autarquia está a colaborar com as autoridades”.

A Lusa contactou também a sociedade de advogados, A Abalada Matos, Moraes Cardoso e Associados, mas não obteve ainda qualquer esclarecimento.