A deputada Paula Santos, do Grupo Parlamentar do PCP, requereu esclarecimentos urgentes aos ministros da Economia e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, sobre a decisão da Navigator Company de despedir 54 trabalhadores nas suas fábricas de Setúbal e Figueira da Foz.

A solicitação foi feita na sequência de uma série de despedimentos anunciados pela empresa no dia 15 de maio.

A Navigator Company, que em 2024 registou lucros de 287 milhões de euros e recentemente recebeu cerca de 75 milhões de euros do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), é acusada de pressionar os seus trabalhadores com o objetivo de os despedir, num cenário que, segundo a deputada, representa uma “afronta inaceitável aos direitos sociais e laborais” dos funcionários.

Paula Santos sublinhou que este episódio não é isolado e faz parte de um padrão de comportamentos por parte da empresa, que, segundo a deputada, ignora o quadro legal existente e utiliza a sua responsabilidade social como “mera retórica”, enquanto busca aumentar os seus lucros à custa dos trabalhadores.

No requerimento enviado aos ministros, Paula Santos exige uma série de esclarecimentos e ações concretas para lidar com a situação:

  • Quais os apoios atribuídos à Navigator Company nos últimos cinco anos, incluindo os fundos comunitários?
  • Qual a avaliação do governo face ao facto de a empresa ter recebido 75 milhões de euros do PRR e, simultaneamente, avançar com despedimentos?
  • Quais as medidas que serão tomadas para evitar os despedimentos, considerando as verbas recebidas do PRR?
  • Qual o acompanhamento realizado pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) à Navigator Company?

O PCP exige uma resposta clara e rápida por parte do Governo, e reafirma a sua posição de que não pode haver qualquer tolerância para práticas empresariais que coloquem os lucros à frente dos direitos dos trabalhadores.