O Papa Francisco morreu esta segunda-feira, mas, em vida, o Alentejo visitou-o algumas vezes, no Vaticano.

Numa delas, em 25 de janeiro de 2023, o presidente da Câmara Municipal de Redondo, David Galego, levou as Ruas Floridas, tradicional festa daquela povoação, a uma audiência com o Santo Padre.

Em declarações a’ODigital.pt, o autarca referiu que, desta oportunidade que surgiu, “nasceu” a bênção do Papa àquilo que é tradicionalmente redondense.

«As Ruas Floridas são algo marcante e algo que é do povo, o que tem muito a ver com a forma como o Papa Francisco fez o seu caminho», vincou.

Um caminho de «maior proximidade com o povo, àqueles que precisam, que mais necessidade têm, a gente simples e afável» e um legado que «ficará, naturalmente para o mundo».

O autarca sublinhou que estar na presença do Santo Padre foi «um privilégio e uma grande emoção» e que foi um «orgulho» receber a bênção «para o povo de Redondo, para aquelas pessoas anónimas que fazem pela sua terra».

Referiu que Jorge Mario Bergoglio, nome “civil” de Sua Santidade, era uma pessoa «que nos transmitia um poder imenso na sua simplicidade, uma figura afável, simpática e de sorriso aberto» e que «tentou mudar o mundo».

Contudo, «não conseguiu trazer a paz ao mundo que tanto desejava, mas estou certo de que esta sua partida para junto da Casa do Pai, fará pensar aos líderes mundiais que há necessidade de seguir os seus conselhos».

Visita esta ao Papa que culminou numa «singela lembrança», uma flor em papel, símbolo das milhares que dão cor às ruas de Redondo por altura da festividade. Singela «como era aquilo que Sua Santidade sempre queria», pois «queria que tudo fosse muito singelo na vida».

David Galego sublinhou que «não foi uma conversa muito longa», mas que foi o suficiente para transmitir que «realizávamos uma festa popular que produzia de facto lindíssimas flores de papel e que é uma arte de um povo e a forma como as pessoas, de forma singela, mas com uma enorme abnegação, fazem com que a sua terra seja lindíssima».

Uma «união de um povo em torno daquilo que é muito significativo para nós», que era também aquilo que o Santo Padre «transmitiu em todo o seu pontificado»: «A união das pessoas, a proximidade, o viver em paz em prol de um bem comum».

Assim, o presidente recordou que o Papa Francisco era «um homem de sorriso fácil» e que essa característica «cativava imediatamente as pessoas, independentemente da sua religião».

«Um sorriso aberto e alegre» aliado a uma «mensagem para o mundo», a de que «conseguíssemos viver em paz e dar uma melhor vida a todos aqueles que precisam».

«Ao conquistar a paz, conquistava melhores condições para que o mundo vivesse melhor e tivesse uma forma de partilhar, com os mais necessitados, aquilo que se gastava na guerra», pontou ainda o presidente, que confessou que «é essa a mensagem que eu vou reter para sempre».

Desta forma, David Galego realçou que considera que «foi, sem dúvida, o homem certo no momento certo».

«Nesta altura, em que ainda mais precisamos de facto de paz a nível a nível mundial, estou convencido que ficará esta mensagem para fazer aqui uma grande reflexão», acrescentou, dizendo ainda que «este distanciamento entre países é tudo aquilo que o Papa Francisco não queria».

Neste momento de partida, o presidente atirou ainda que pensa que a mensagem «vai fazer repensar os líderes que não estamos no caminho certo e que é prejudicial para todos».