
A Câmara Municipal de Santarém assinou esta terça-feira, 11 de junho, os protocolos do Programa de Apoio ao Associativismo e Agentes Culturais (PAAAC), formalizando a atribuição de apoios financeiros a diversas entidades culturais do concelho. A cerimónia decorreu ao final da tarde no stand do município, no âmbito da Feira Nacional de Agricultura (FNA), e contou com a presença do presidente da autarquia, João Teixeira Leite, e do vereador da Cultura, Nuno Domingos.
No total, foram atribuídos 332.750 euros, divididos por três áreas de intervenção: 145 mil euros destinam-se a apoiar atividades permanentes, no âmbito de programas anuais desenvolvidos por associações culturais; 70.250 euros são direcionados a iniciativas pontuais e festivais; e 117.500 euros destinam-se a investimentos em equipamentos e infraestruturas culturais.
Os projetos contemplados decorrem até ao final de dezembro de 2025 e abrangem diferentes expressões artísticas e culturais, desde o teatro à música, passando pelo folclore, artes visuais e iniciativas recreativas de base comunitária. O programa visa apoiar o funcionamento regular das associações culturais e promover a sua capacidade de resposta e intervenção local, nomeadamente em freguesias fora dos centros urbanos.
Durante a assinatura, João Teixeira Leite sublinhou a importância do trabalho desenvolvido pelos agentes culturais no território, reconhecendo a sua contribuição para a coesão social e para a dinamização das comunidades locais. “A cultura é um território fundamental da sociedade”, afirmou o autarca, destacando o impacto das atividades culturais na vivência quotidiana das freguesias.
A autarquia justifica este reforço do apoio com a necessidade de dar continuidade a uma política cultural descentralizada, que reconhece o papel das associações como elementos ativos na construção de identidade e participação cidadã. No entanto, os montantes agora atribuídos contrastam com a crescente dificuldade de sustentabilidade sentida por muitas destas estruturas, que enfrentam desafios na renovação de equipamentos, na profissionalização dos quadros e na captação de novos públicos.
Apesar do investimento, permanecem questões em aberto quanto à estratégia de médio e longo prazo para o setor cultural no concelho. A aposta em financiamento direto às associações, embora relevante, poderá não ser suficiente para responder a necessidades estruturais mais profundas, incluindo a criação de redes de colaboração interassociativa, a qualificação da oferta e a maior articulação com políticas educativas e sociais.