Dalila Rodrigues, Ministra da Cultura, concedeu uma entrevista ao Jornal ODigital.pt, centrada nos desafios culturais do Alentejo Central. A responsável governativa defendeu a descentralização cultural, abordou a situação das bibliotecas, o estado do património no distrito de Évora e revelou detalhes sobre a preparação de Évora enquanto Capital Europeia da Cultura 2027.

A Ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, esteve no distrito de Évora para uma entrevista exclusiva ao Jornal ODigital.pt, na qual afirmou que «o país não pode ter uma visão limitada ao eixo Lisboa-Porto», sublinhando a prioridade do Governo em levar a cultura a todo o território nacional.

Durante a conversa, realizada no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, Dalila Rodrigues destacou o investimento do Ministério da Cultura no distrito de Évora, nomeadamente no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e da iniciativa Évora_27. «Évora tem um investimento até 2027 de 15 milhões de euros por parte do Ministério da Cultura», referiu.

Questionada sobre a inexistência de uma biblioteca pública em Vila Viçosa, a ministra revelou que esse foi um dos primeiros concelhos visitados no âmbito do seu mandato, acrescentando que «todos os cinco municípios sem biblioteca estão a ser acompanhados no sentido de encontrar soluções».

A governante abordou ainda a questão do património em risco, referindo que «o país está em estado de emergência» no que respeita a estruturas fortificadas, destacando casos como o Castelo de Veiros e a Muralha de Mértola. Confirmou também que o financiamento para a requalificação do Convento da Saudação, em Montemor-o-Novo, foi reforçado.

Sobre Évora_27, Dalila Rodrigues rejeitou críticas de alegada interferência do Governo na associação gestora do projeto e garantiu: «o concurso [para diretores] foi internacional e resultou na seleção de dois excelentes profissionais». A ministra sublinhou ainda o papel simbólico do conceito “VAGAR” e reafirmou o compromisso do Governo com o sucesso da Capital Europeia da Cultura.

Em fim de legislatura, Dalila Rodrigues considerou que «não é em 11 meses de funções plenas que se constrói um projeto», mas defendeu que o seu legado está na promoção de «uma nova visão, abrangente e crítica, para as políticas culturais em Portugal».

A entrevista completa será publicada esta quinta-feira, dia 24 de abril, no Jornal ODigital.pt.