
Os comerciantes e lojistas das ruas Teixeira Guedes, Guilherme Azevedo e Serpa Pinto têm mostrado algum desagrado com o estacionamento abusivo em cima de passeios e em frente às montras e portas de entrada nos seus estabelecimentos.
Quem atravessa estas ruas, seja de carro ou a pé, vê-se obrigado a fazer uma autêntica gincana devido à quantidade de carros estacionados em cima dos passeios. Alguns por apenas “cinco minutos”, outros que ficam várias horas a impedir a passagem de peões. Sem olhar às necessidades de quem ali passa, ou mesmo dos proprietários dos estabelecimentos de uma das principais e mais movimentadas ruas do Centro Histórico de Santarém, estaciona-se sem “rei nem roque”.
Os lojistas pedem mais fiscalização por parte das autoridades e melhor ordenamento do estacionamento através da criação de lugares formais ou da criação de bolsas de estacionamento gratuitas nas zonas circundantes.
Embora, de uma forma mais ou menos generalizada, os proprietários entendam a necessidade de haver tráfego rodoviário naquela zona, especialmente porque é uma das saídas de Santarém em direção a Almeirim e Alpiarça, o facto de muitos condutores estacionarem em cima dos passeios e à porta das lojas incomoda-os e traz mesmo alguns prejuízos ao negócio, uma vez que com as portas tapadas, os clientes não conseguem aceder ao interior das lojas.
“Para entrar na loja já tive que passar por cima da frente de um carro” relembra uma funcionária da loja “O Celeiro”. Na loja ao lado, Mizangala de Sousa, conta ao NS que é recorrente ter carros estacionados mesmo à porta da sua loja, e que criam, muitas vezes, mau ambiente no interior por causa “dos fumos, do cheiro a combustível e da música alta”. A lojista conta também que já foi insultada e ameaçada por ter solicitado aos condutores que não estacionassem mesmo à sua porta.
No Bar o Ribatejo, um dos estabelecimentos mais antigos da rua Guilherme Azevedo, o proprietário, o Sr. Manuel, como é conhecido pelos fregueses, relembra os idos tempos em que a rua tinha passeios desnivelados que não eram tão convidativos aos carros a estacionar e também dos tempos em que havia locais de estacionamento formais. A solução, aponta o Sr. Manuel, passa por haver mais fiscalização e uma ordenação do trânsito e do estacionamento.
“Se houvessem sítios para os carros estacionarem, ia mitigar o problema”, vinca o proprietário de um dos cafés mais emblemáticos da cidade. A falta de estacionamento formal gratuito também contribui para o descalabro que acontece nestas ruas e que é possível observar no vídeo que acompanha esta reportagem. No Centro Histórico todos os parques formais são pagos, e encontra-se apenas um espaço de estacionamento informal gratuito. Vários lojistas apontam também para a criação de bolsas de estacionamento gratuito como forma de mitigar ou resolver o problema do estacionamento abusivo.
A falta de fiscalização é também um dos grandes fatores que contribui para o desordenamento no estacionamento nestas ruas, e um pouco por todo o Centro Histórico. Não são raras as vezes que os próprios lojistas acabam por ter de chamar as autoridades para rebocar os veículos mal estacionados e que impedem o acesso às lojas já que, segundo vários lojistas, é muito raro ver a polícia a fiscalizar o estacionamento nesta zona da cidade, exceto quando são elementos a fazer o serviço de fiscalização pago e exclusivo aos parques de estacionamento.