Os deputados do Partido Socialista eleitos por Setúbal exigem esclarecimentos urgentes ao Governo da Aliança Democrática sobre o futuro do Hospital de Proximidade do Seixal, alertando para a urgência da sua construção face à elevada pressão sobre os cuidados hospitalares na região. A iniciativa surge num momento de incerteza sobre a inclusão do projeto no Orçamento do Estado para 2026.

O requerimento, dirigido à Ministra da Saúde, é assinado por Margarida Afonso, António Mendonça Mendes, Eurídice Pereira, André Pinotes Batista e Carlos Pereira, e coloca o Governo perante a necessidade de assumir compromissos concretos quanto à obra, que foi deixada tecnicamente preparada pelo anterior executivo socialista.

“A população do Seixal merece cuidados hospitalares dignos e próximos”, defende a deputada Margarida Afonso, alertando que o projeto técnico está concluído, os estudos feitos, mas falta uma decisão política clara que desbloqueie a construção.

O concelho do Seixal, com cerca de 170 mil habitantes, é um dos mais populosos da Área Metropolitana de Lisboa e continua privado de um hospital público. A situação, que se arrasta há décadas, penaliza gravemente os utentes e sobrecarrega as unidades hospitalares da Península de Setúbal, como o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o Hospital de Setúbal.

No requerimento entregue na Assembleia da República, os deputados querem saber: se o Governo da AD irá inscrever o projeto no Orçamento do Estado para 2026 com dotação financeira concreta; qual o calendário previsto para o lançamento do concurso público da empreitada; quando estará o hospital em funcionamento; se está garantida a articulação com os municípios da região para garantir uma resposta de saúde pública integrada e eficaz.

Para os parlamentares socialistas, a construção do Hospital de Proximidade do Seixal é uma questão de justiça social, essencial para o reforço do Serviço Nacional de Saúde e para dar resposta às necessidades de uma população em crescimento.

Recorde-se que o anterior Governo do PS deixou concluído o projeto técnico e preparava-se para lançar o concurso público, mas a mudança de ciclo político deixou em suspenso o arranque efetivo da obra. Os socialistas acusam agora a nova maioria de silêncio e inação, colocando em causa um investimento há muito prometido à população.

O PS insiste que este é um tema prioritário para a região e considera inadmissível qualquer novo adiamento. “É tempo de agir. Não podemos continuar a empurrar o problema com a barriga”, defende a deputada Margarida Afonso, apelando a uma resposta célere e concreta da ministra da Saúde.

A construção do Hospital do Seixal representa, segundo os deputados, um passo decisivo na qualificação da rede de saúde da margem sul, respondendo à sobrecarga atual e garantindo um serviço mais próximo, eficiente e digno para todos os utentes.