
Teatro, circo e um espetáculo de música e literatura, com grupos de cante alentejano a entoarem ‘modas’ contemporâneas criadas por escritores, fazem parte do programa do Rascunho – Festival de Artes Performativas, que começa em Évora, no domingo.
O certame, que vai na 5.ª edição, realiza-se nesta cidade alentejana, até ao próximo dia 12, com produção da Antípoda – Associação Cultural e coprodução da Câmara de Évora.
Em comunicado, a organização realçou hoje que o certame tem vindo a afirmar-se como “um espaço de experimentação artística, encontro comunitário e reflexão sobre o presente”.
“Nascido em Évora e a partir de Évora, o Rascunho é o único festival de verão que resiste na cidade, num momento em que esta se prepara para ser Capital Europeia da Cultura em 2027”, disse.
O que, para a Antípoda, significa “um gesto de resistência, mas também de afirmação: manter vivo, neste território, um programa artístico que arrisca, que questiona e que abre espaço para formas contemporâneas de criação, em diálogo com a memória, o património e a vida quotidiana”.
Este ano, o festival volta a propor “um percurso urbano e humano” por vários espaços emblemáticos da cidade, como praças, jardins, igrejas, miradouros, e convoca artistas e comunidades “a partilharem palco e a inscreverem o presente nos lugares de sempre”.
A programação da edição de 2025 abrange várias linguagens artísticas, como teatro, dança, circo, música, performance e cruzamentos disciplinares, o que reforça “o ADN do festival”, ou seja, “aproximar práticas artísticas de contextos populares e comunitários, valorizando a diversidade de vozes, corpos e expressões”, frisou a associação promotora.
Um dos pontos altos do festival é mesmo o último espetáculo, no dia de encerramento, às 21:30 de dia 12, na Escadaria da Fundação Eugénio de Almeida, que vai aliar música e literatura.
Fonte da organização explicou hoje à agência Lusa que o espetáculo, intitulado “Cantexto”, é um projeto do Futurama – Ecossistema Cultural e Artístico do Baixo Alentejo que junta “grupos de cante alentejano, escritores e compositores”.
“Cerca de 150 elementos de vários grupos de cante alentejano do Baixo Alentejo vão interpretar ‘modas’ contemporâneas da autoria de escritores como Gonçalo M. Tavares, Afonso Cruz, Patrícia Portel, Margarida Vale de Gato, Tiago Rodrigues ou Ondjaki”, revelou.
Os escritores escreveram as ‘modas’ para os grupos e compositores, como a Celina da Piedade ou o Paulo Ribeiro, compuseram a parte musical e, no fecho do festival, o público vai poder assistir ao concerto “que junta tudo isto”, frisou a fonte.
A abrir o Rascunho, já este domingo, vai estar a peça de teatro para miúdos e graúdos “Anti-Princesas – Catarina Eufémia”, de Cláudia Gaiolas, seguindo-se circo, com “Pó de Pedra”, da autoria de Daniel Seabra e interpretado por ele e pela companhia Circo Caótico (na segunda-feira), ou a performance “Cacarecos”, por Tita Maravilha (terça-feira).
O programa inclui também a atuação de circo “A Mulher Mais Forte do Mundo” (quarta-feira), de Filipa Madeira, vencedora da edição 2024 do Projeto SEMENTEIRA — Bolsa de Novas Criações para o Alentejo, e a criação coreográfica “Os Meus Totens”, de Elizabete Francisca (quinta-feira).
Na última jornada, dia 12, a anteceder à música de “Cantexto”, o público pode assistir, às 19:00, na Praça do Giraldo, à primeira iniciativa internacional do festival Rascunho, o espetáculo de circo “Damoclès”, pela companhia francesa Cirque Inextremiste.