A empresa famalicense TMG Automotive está a construir uma fábrica no sul dos EUA, com a americana Haartz, com quem já tem uma parceria industrial na China. O custo estimado entre 25 e 30 milhões de euros em máquinas deverá aumentar por causa das tarifas impostas pela nova administração norte-americana.

Este investimento tinha sido decidido há cerca de dois anos e anunciado no início deste ano, está a ser penalizado pela administração Trump.

«O tema das tarifas tem, sim, um impacto, que é neste investimento que estamos a fazer, sobretudo em nível de equipamentos — e a parte de equipamentos é muito pesada», referiu Vítor Fernandes, administrador do Grupo TMG, na conferência Risco País da Coface, que decorreu no dia 3 de junho, na Fundação António Cupertino de Miranda, no Porto, em declarações produzidas pelo ECCO.

Apesar de admitir este aumento nos custos, o administrador do grupo TMG salvaguardou que, «por um lado, tem havido alguma sensibilidade do ponto de vista da diplomacia económica do lado dos EUA, de perceberem que este tipo de investimento nos EUA é algo que eles não têm, porque só existe um player nos EUA a fazer o que nós fazemos», sublinha.

Sobre a entrada de novos fabricantes chineses na Europa, Vítor Fernandes refere que, no que diz respeito à Automotive, «enquanto os carros tiverem bancos, estaremos lá para fornecer sejam europeus, chineses ou americanos».

O administrador do grupo famalicense alerta ainda para o impacto indireto das tarifas: «que é quebra da procura, porque se os carros vão ficar mais caros, certamente a procura vai começar a abrandar».