
A FACIT – Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Tábua abre, hoje (25), as suas portas para uma edição que assinala o crescimento do evento, que continua a afirmar-se como uma montra empresarial do concelho e da região e um espaço de animação pensado para todas as faixas etárias. Em entrevista à Rádio Boa Nova, Ricardo Cruz destaca a aposta num “recinto maior”, com condições de receber “mais de 12 mil pessoas” e numa programação que vai ao encontro do gosto da maioria das pessoas.
Rádio Boa Nova (RBN)- Nesta altura, quais é que são as expectativas?
Ricardo Cruz (RC)- Relativamente à FACIT são bastante elevadas. Aquilo que são os nossos parceiros, naquilo que é a produção e a promoção de tudo aquilo que é uma semana, neste caso cinco dias em concreto, que vai de 25 a 29 de junho, rica em termos de convivência, interação, em termos daquilo que são os munícipes, os nossos visitantes, mas, sobretudo, também uma grande mostra empresarial e comercial, que é o que se pretende.
Ainda continuamos com o modelo que nos parece o mais indicado, tendo em consideração a designação de Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Tábua e, dizer-vos que rondamos os cerca de 100 espaços que estão envolvidos, cerca de 90 empresas que estão representadas, esgotaram as inscrições e, portanto, tivemos que selecionar, dentro daquilo que são os critérios da Comissão Organizadora, o espaço do interior do pavilhão multiusos.
RBN– Que novidades é que podemos esperar para a edição deste ano?
RC – Nós iremos, efetivamente, apresentar um recinto maior e, portanto, houve o cuidado de alavancar um recinto que irá rondar presencialmente, só no espaço de espetáculos, mais de 12 mil pessoas e, portanto, teremos um dos maiores recintos da região.
Preparámos um layout já com todas as questões relativamente a um plano de emergência, que será adaptado a um volume de participantes que julgamos que irá ser maior do que o ano passado. E, portanto, deixar bem definido que a FACIT é sempre um evento para todos, a começar pelos mais novos, num espaço, também, já todo ele preparado e integrado para que os mais novos possam estar a divertir-se. Um espaço de ligação também ao mundo rural, com o apoio do Grupo Equestre de Ázere, com um picadeiro e com a possibilidade de interação entre os cavalos e as pessoas. Temos uma aposta também muito forte naquilo que é o ramo do automóvel, também com uma novidade que é a possibilidade de os visitantes fazerem “test-drive”, portanto, as pessoas podem inscrever-se, e fazer esses test-drive ao longo da FACIT, com os horários que são estipulados pelas mesmas empresas.
Temos também o ClimAgir, num projeto de promoção ambiental, que será também destinado aos mais novos, mas também aos adultos, relativamente a esta parceria com a CIM Região de Coimbra. Portanto, temos um pavilhão cheio de stands e de empresas, não só do nosso concelho, mas da região.
O Lounge FACIT terá também algumas modificações, mas será sempre um espaço que irá receber os DJs no final da noite. Será um espaço em que irá receber os sponsers e os empresários, durante o dia, possibilitando que qualquer munícipe possa, efetivamente, estar lá e tirar proveito desse espaço, pagando o acesso.
E teremos, todos os dias, iniciativas que estão ligadas, também, ao mundo empresarial, em que convidamos, também, outras entidades e, portanto, o networking empresarial, será promovido pelos territórios criativos.
RBN- Nesse aspecto, a FACIT acaba por ser um local privilegiado para negócios, nestes cinco dias?
RC- Sim, para negócio e divulgação dos próprios negócios. Como disse, continuamos no mesmo registo, somos dos poucos municípios que ainda têm, do ponto de vista daquilo que são as festas do concelho, esta ligação do ponto de vista empresarial. Achamos que é uma mais-valia, porque, efetivamente, os concelhos puxam, também, muita gente e trazem muita gente ao nosso recinto, um recinto todo ele preparado com muita organização, mas que, efetivamente, traz, também, gente para conhecer e para dar a conhecer o tecido empresarial de Tábua, mas, também, da região.
Quem vai e quem se inscreve no nosso certame não está só com esse espírito, mas também de divulgação e de dar a conhecer a sua empresa que, depois, ficam, digamos assim, os negócios para fazer ao longo dos dias a seguir ao certame.

RBN – O ano passado colocou a fasquia nos 20/30 mil visitantes. Este ano é o patamar que pretendem atingir também?
RC- Julgamos nós que podemos passar. A preparação e a abertura de um recinto que passa de cerca de 9 mil pessoas para 12 mil por dia, permite-nos aumentar a margem de manobra para receber mais pessoas.
Fizemos, desde o início do mandato, uma programação, e, portanto, relembrar as pessoas que nós, no primeiro ano de mandato, não fizemos a FACIT, tendo em consideração as restrições financeiras, que preferíamos não fazer do que fazer um evento sem a qualidade e a dimensão que a FACIT nos vem habituando. E, portanto, após essa edição, estas edições seguintes têm vindo sempre a crescer. A crescer não só em termos daquilo que é o layout da feira, em termos daquilo que é a dimensão da feira, mas também em termos daquilo que é a qualidade dos expositores e, sobretudo, também o aumento da aposta nos artistas.
Estão recordados de uma edição em que tivemos que encerrar as portas com um artista. E, portanto, a nossa expectativa é que, sempre que apostamos naquilo que é a dimensão de um recinto para maior e sempre que apostamos também numa qualidade de artistas que possam atrair um maior número de pessoas.
Além disso, temos um preço muito competitivo e aqui é uma responsabilidade também social naquilo que é o preço para o bilhete geral, de apenas 12 euros, para que possa efetivamente ser acessível para todos. E, portanto, temos aqui toda esta panóplia de iniciativas que, efetivamente, poderá contribuir para que haja um aumento de visitantes na nossa feira.
RBN- Portanto, ultrapassará essa fasquia?
RC– Julgamos que sim, estamos esperançados e a equipa está esperançada em trabalhar para receber o maior número de pessoas que alguma vez este evento teve.
RBN- Este é um dos momentos altos do Concelho e é também um evento que se vem afirmando na região. É esse o objetivo? Crescer e afirmar-se neste território?
RC– Sim, costumamos dizer que Tábua não é só dos tabuenses, é de todos aqueles que nos visitam e, portanto, a partir do momento que entra no nosso Concelho também são tabuenses e amigos de Tábua.
Estes e outros eventos como a Tábua de Queijos e Sabores da Beira são certames da região e o propósito é que as pessoas venham de todos os pontos do país visitar-nos e deixar, digamos assim, alguma riqueza em Tábua. Portanto, é um evento em que a análise económica não pode ser só feita dentro das portas ou dentro do recinto da feira. Durante o período de tempo da feira há sempre pessoas que ficam no hotel, há sempre pessoas que ficam nos alojamentos locais, há sempre pessoas que almoçam e fazem as suas refeições ao longo dos dias em Tábua.
Há pessoas que já marcam férias para estarem aqui também connosco e até tabuenses que estão a viver noutros pontos do país e que querem regressar para estarem em convívio com todos eles. E depois há também a visitação à posteriori da FACIT, porque as pessoas visitam, gostam muito de estar cá e nos fins de semana a seguir voltam a Tábua.
E, nesse aspeto, tem-se afirmado cada vez mais na região.
E a programação é sempre feita de acordo com estilos musicais que possam agradar ao maior número de pessoas e, portanto, deixamos sempre que dois dias sejam de entrada gratuita, o dia da família para todos, que é o domingo e o dia da inauguração, e depois tentamos conjugar os estilos musicais, o mais popular, o mais jovem, e os DJs no final de cada noite para que possam também atrair outro tipo de públicos.
Utilizamos sempre e colocamos sempre também dentro daquilo que é a nossa possibilidade, as bandas, digamos assim, de warm-up, que estão associadas dentro do concelho e da região, também para lhes dar palco, para lhes dar experiência enquanto empresários musicais para que possam tocar antes de algumas referências musicais no nosso país. E o domingo é sempre feito com a alternância de músicos nacionais com a atuação da nossa Academia Artística do Município de Tábua.
RBN- Como é que vê as críticas, sobretudo da oposição, relativamente ao investimento que é feito neste tipo de eventos?
RC -As críticas são sempre feitas de acordo com o espírito, digamos assim, da observância de cada uma das pessoas, logicamente que é a oposição. Quando não fizemos criticou porque não fizemos, quando fazemos critica por fazermos, quando fazemos bem crítica porque devemos fazer de outra forma e portanto não passam disso. O nosso objetivo, a nossa a nossa atuação é preparar um certame que orgulhe os tabuenses, portanto, nada melhor quando nós abrirmos as portas da FACIT e ver as milhares de pessoas, e a satisfação dos empresários por estarem ali.
E, portanto, esse é que é o propósito, criar um evento de massas, bem organizado e somos uma referência, em que consigamos colocar o nome Tábua e divulgar o nome Tábua.
Tem um custo é uma verdade, mas também o custo traz outro tipo de receitas associadas.
RBN- Qual é o investimento previsto pela Câmara Municipal de Tábua?
RC- Nós estamos a falar de um investimento de despesa que ronda os cerca de 300 mil euros e, portanto, estamos a esperar, efetivamente, ter uma receita com a venda dos bilhetes, com a «sponsorização», com a questão dos stands, que são pagos também pelas empresas, que tudo aquilo que é a dinamização possa estar associada ao evento, para minimizar, digamos assim, o impacto financeiro que está associado.
Se percebemos, por exemplo, aquilo que é o investimento que fazemos dentro da zona de restauração com a Mostra Gastronómica, as receitas também financiam, de alguma forma as associações. O que quero dizer com isto é que esta é uma maneira também de estar a apoiar as associações e, portanto, os investimentos não podem ser feitos de forma isolada.
Quando se refere-se, podíamos deixar isto e investir noutras áreas? Com certeza que sim, mas relembrar a todos os tabuenses que, efetivamente, que me indiquem pelo menos uma área em que o investimento deste mandato não tenha superado todos os outros mandatos. E, portanto, podemos ir abordar área a área, desde a educação, ao saneamento, às águas, a todas elas, ao turismo, e aí com dados concretos, não apenas palavras, mas com números e dados concretos, poderei dizer com todo o orgulho que, efetivamente, neste mandato superámos tudo aquilo que foram os investimentos feitos noutros mandatos.
RBN-Como é que consegue esse equilíbrio orçamental de continuar a investir, de fazer investimento em obra, em eventos e, ao mesmo tempo, também reduzir a dívida, como já foi anunciado?
RC- Nós não podemos ter a fórmula secreta relembrando todos aqueles que, no primeiro ano, tivemos um corte de mais de meio milhão de euros do Orçamento de Estado.
Se nós utilizássemos o dinheiro para pagar e reduzir a dívida que estava no Município, e não fizéssemos apenas mais nada, teríamos, ao final de quatro anos, um concelho de parado, estagnado. E esse efeito iria trazer muito mais danos do que, propriamente, a gestão que temos feito até o momento. E, portanto, a ideia e a estratégia foi sempre uma, equilibrando as contas, dentro daquilo que são as nossas possibilidades, e são dados concretos que fazemos isso. Nós, ainda agora, no relatório de contas, que não teve votos contra da oposição, salientamos bem isso, reduzimos a dívida mais de 2 milhões de euros, na dívida global.
Reduzimos 2 milhões de euros na dívida, reduzimos mais de 1 milhão de euros, comparativamente, de 2023 para 2024, dos pagamentos sem atraso. E, portanto, temos feito muito investimento e temos controlado, digamos assim, aquilo que são os pagamentos em atraso.
Temos feito um mandato muito rigoroso do ponto de vista financeiro, mas também com equilíbrio, sem, efetivamente, pôr em causa os investimentos. Relembro que muitas das obras que estão a ser feitas têm sempre uma comparticipação que está associada da parte da Câmara Municipal.
Mas é importante dizer que tanto no saneamento fizemos o maior investimento de sempre, como, efetivamente, na educação que, recentemente, conseguimos adjudicar aquilo que é um maior investimento sempre em Tábua, de mais de 5,2 milhões de euros, na Escola Secundária de Tábua. Só para termos a noção, não deixámos de investir, investimos ainda mais e, ainda assim, reduzimos, podemos vir a reduzir, progressivamente, aquilo que são os nossos compromissos financeiros, respeitando, obviamente, esta relação que existe entre o município e as empresas e o município e as outras instituições, mas que não podemos abdicar, também, de eventos que nos façam alavancar e dinamizar o Município de Tábua.
RBN- Portanto, está a dizer, está a afirmar que a situação financeira do município atual é melhor do que aquela que encontrou.
RC- Ah, mas nem de perto, nem de longe. Qualquer Presidente de Câmara, que entre que faça o mandato, sendo ele recandidato ou não, não terá o contador a zero e, portanto, terá sempre, também, que gerir os ativos e os passivos.
E, neste caso, podemos dizer que iremos terminar o mandato do ponto de vista financeiro muito melhor que estaríamos, e os dados são concretos, desde que iniciou este mandato, e, efetivamente, do ponto de vista de investimentos, também muito melhor daquilo que esteve. Mas, também, relembro aqui duas coisas: o município de Tábua fez dois empréstimos para investimento, um de 3,5 milhões de euros que já vinha do passado e outro de 1, 2 milhões de euros que já foi feito, digamos assim, por este executivo e os mesmos também tiveram voto favorável da oposição.
E, portanto, quando falamos aqui um bocadinho de investimentos e de dívidas, há que perceber, também, o nosso compromisso com a ação, com aquilo que se faz. E, portanto, temos que ir gerindo, digamos assim, porque os municípios não são empresas. Ainda bem que assim é, porque senão teríamos que encerrar uma série de serviços.
Eu pergunto se uma biblioteca dá lucro. Com certeza que não dá. Se o setor social da Câmara dá lucro, com certeza que não dá. Se umas piscinas municipais dão lucro, com certeza que não dão. E, portanto, é isso mesmo a nossa função municipal de investir nas pessoas e investir nos serviços e investir na qualidade de vida dos tabueses. E, também, nos apraz, percebermos que a vila de Tábua tem tido um desenvolvimento, a vila e o concelho, de forma global.
RBN– Se for reeleito nas eleições autárquicas deste ano, a FACIT é um cartaz a manter e a melhorar?
RC– Claro que sim, isso nem se põe em causa. A Tábua de Queijos e a FACIT já ganharam no nosso concelho, na nossa região e até a nível nacional o estatuto de eventos âncora. Os eventos âncora trazem pessoas para o nosso território.
A FACIT tem essa dupla função, trazer as pessoas não só para o convívio, para estarmos todos juntos naquilo que é a diversão, naquilo que é a integração geracional entre os mais novos e os mais velhos ao longo dos 5 dias do evento, mas, sobretudo, do ponto de vista empresarial, em que, efetivamente, alavanca não só a divulgação das empresas, mas também o potencial económico do concelho. E, portanto, estamos convictos, efetivamente, aquando da nossa apresentação para as próximas eleições, esse é um dos itens do nosso programa, porque queremos ques seja um evento em crescimento. Tanto é que, no feriado municipal, apresentámos já aos munícipes projetos futuros para um parque urbano de Tábua e para uma nova área empresarial, com mais cerca de 30 lotes, com ligação ao pavilhão multiusos e com ligação ao estádio municipal, em que o recinto de espetáculos e de eventos terá que ter outro posicionamento.
Portanto, já estamos a pensar no crescimento que a FACIT possa ter nos anos futuros, sempre com o objetivo de crescer a pouco e pouco, para consolidar, crescer, consolidar o evento, para que, efetivamente, seja um evento de referência na nossa região.
