
Henrique Gouveia e Melo: do fundo do mar ao centro da República
Candidato independente à Presidência, o antigo almirante da Marinha conquistou o respeito dos portugueses pela liderança na vacinação contra a Covid-19. Agora, propõe-se unir o país.
Henrique Gouveia e Melo, almirante da Marinha Portuguesa e figura de reconhecida competência técnica e humana, anunciou a sua candidatura às eleições presidenciais de 2026. Apresenta-se como independente, alheio a jogos partidários, e propõe-se como símbolo de estabilidade e compromisso com os valores republicanos. O movimento cívico que o apoia chama-se Honrar Portugal.
Nascido a 21 de Novembro de 1960 em Quelimane, Moçambique, à época território ultramarino português, Gouveia e Melo é oriundo de uma família com raízes na Beira Interior. Viveu entre África, o Brasil e Portugal, tendo ingressado na Escola Naval em 1979, aos 18 anos. Em 1984 conclui o curso e especializa-se em submarinos, área de elevada exigência técnica e operacional, onde se distingue ao longo de duas décadas.
Comandou os submarinos NRP Albacora, Barracuda e Delfim, e, mais tarde, entre 2006 e 2008, a fragata NRP Vasco da Gama. Desempenhou funções de direção de formação, planeamento estratégico e operações navais no Estado-Maior da Armada. Representou Portugal junto da NATO em múltiplos exercícios e liderou projectos de modernização tecnológica das forças navais.
Da guerra silenciosa à liderança visível
O grande público conheceu-o em 2017, aquando dos trágicos incêndios de Pedrógão Grande. Gouveia e Melo não hesitou: mobilizou meios da Marinha, deslocou-se pessoalmente às zonas afectadas, e liderou as operações de apoio à população com firmeza e compaixão.
Mas seria em 2021, em plena crise sanitária, que viria a assumir o papel de rosto nacional da confiança. Foi nomeado coordenador da Task Force de Vacinação contra a Covid‑19 e, em poucos meses, orquestrou um plano logístico que colocou Portugal entre os países com maior taxa de imunização da Europa. A sua comunicação sóbria e o rigor organizativo foram amplamente elogiados, tendo granjeado a confiança de milhões de portugueses num período de elevada incerteza.
No final desse ano, foi nomeado Chefe do Estado‑Maior da Armada, função que desempenhou até 2024, altura em que cessou funções para ponderar a entrada na vida política.
Uma candidatura sem partidos, mas com causas
A 29 de Maio de 2025, Gouveia e Melo oficializou a sua candidatura à Presidência da República, afirmando:
“Não estou aqui para representar partidos. Estou aqui para representar os portugueses.”
Apresenta-se como candidato independente, assumindo valores de disciplina, transparência, serviço público e responsabilidade. Defende uma magistratura de influência respeitadora da Constituição, promotora da coesão nacional e atenta à soberania e à identidade cultural portuguesa.
Segundo uma sondagem recente da Universidade Católica, lidera as intenções de voto com 62% de apoio popular, beneficiando de um capital de confiança construído com base no mérito e na ação.
Recusa alinhar-se com extremismos e declara-se “entre o socialismo e a social-democracia, sem amarras ideológicas”. O seu discurso tem sido marcado por apelos à dignidade institucional, ao rigor das instituições e à valorização do serviço à Nação.
Um homem, uma história
Para conhecer melhor a sua trajetória de vida — desde os bastidores da Marinha até ao drama pessoal vivido com o nascimento prematuro do seu filho — o programa Alta Definição, da SIC, dedicou-lhe um episódio comovente.
O vídeo revela episódios íntimos e marcantes: a morte da mãe, a infância passada entre continentes, os momentos de decisão sob pressão e a responsabilidade de lidar com milhões de vidas durante a pandemia.
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🔗 “O futuro do mundo está no mar?” – Alta Definição com Henrique Gouveia e Melo
Este retrato revela um homem habituado a trabalhar no silêncio das profundezas, mas que emergiu para servir a República à luz do dia.
O futuro da República
A candidatura de Henrique Gouveia e Melo representa, para muitos, um regresso aos valores de honra, serviço e competência. Com um percurso marcado pela lealdade à missão, pela contenção verbal e pela eficácia operacional, assume agora o desafio máximo da vida cívica: ser Presidente da República.
Se será eleito ou não, só o futuro dirá. Mas o seu nome já ficou gravado na história contemporânea de Portugal como símbolo de liderança em tempos difíceis. Agora, propõe-se liderar em tempos de esperança.