Foi no final da Rua Angelina Jesus Ferreira, em Ul, que encontrámos Almiro Ferreira, um homem que confessa andar sob stress e emoção à flor da pele devido ao que, segundo o próprio, “fizeram no seu paraíso”. O terreno em frente à casa de Almiro apresenta-se como um estaleiro de apoio à construção de uma moradia, num terceiro terreno.
Almiro revela preocupação e indignação pelos resíduos que garante estarem a ser depositados nesse terreno e posteriormente cobertos com terra: “O terreno todo tem toneladas de lixo debaixo da terra [...] alcatifas, sofás, vidros, sanitas, plásticos, tubos. Está ali tudo enfiado”.
Esta questão preocupa particularmente o morador na Rua Angelina Jesus Ferreira, que depende de um furo de água no local: “Não tenho água da companhia e por isso tenho um furo e agora tenho esta situação aqui à frente”.
Para além do testemunho de Almiro, foi ainda possível verificar montes de destroços e sacos de entulho, habituais em zonas de obras.

Nova vedação, novo problema
Há cerca de duas semanas, quando Almiro Ferreira regressava da Feira de Espinho, surpreendeu-se com uma nova vedação a limitar o terreno junto ao seu. A nova cerca, composta de metal, substituiu a anterior com postes de cimento, mas com uma particularidade: estava colocada cerca de um metro à frente da anterior.
O ulense garante que a nova vedação está colocada na porção de terreno pertencente à Infraestruturas de Portugal, responsável pela Linha do Vouga, que passa ali ao lado, e pede à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis a respetiva fiscalização.
Com a vedação colocada mais à frente, o espaço para que os carros possam inverter a marcha na Rua Angelina Jesus Ferreira ficou mais apertado. Almiro revela-se preocupado com essa situação, pois no estado atual afirma ser complicado uma ambulância ou um carro de bombeiros ir até ao local: “Dei cento e tal metros quadrados para a câmara, de forma que toda a gente pudesse virar o carro. O interesse não é só meu. Para vir aqui e virar uma ambulância, ou um carro de fogo, não conseguem”.
Almiro Ferreira pede, portanto, a intervenção da autarquia para fiscalizar a situação dos resíduos depositados e, também, a nova questão da vedação colocada indevidamente.
O Correio de Azeméis tentou falar com o proprietário do terreno vizinho, que se encontrava presente no local, mas este rejeitou prestar declarações. O nosso jornal tentou obter esclarecimentos por parte da Câmara Municipal, mas não obteve resposta.