
O candidato do Bloco de Esquerda (BE), Diogo Teixeira, manifestou-se este domingo profundamente preocupado com os resultados preliminares das legislativas, que colocam o Chega como segunda força política a nível nacional. Em declarações na noite eleitoral, o jovem dirigente alertou para um cenário de “retrocesso democrático”, classificando o momento como um risco real de “regresso ao salazarismo”.
“Esta vai ser uma daquelas noites longas, como já conhecemos nas regionais na Madeira. Só saberemos o número final de deputados no fim da contagem, mas há algo que já sabemos: o país está a caminhar para um abismo,” declarou.
Teixeira considera o crescimento da extrema-direita um sinal “assustador”, especialmente ao assinalar-se 50 anos das primeiras eleições livres em Portugal. “É muito assustador ver tanta gente disposta a votar em quem quer voltar ao tempo em que as mulheres não podiam votar, os homens eram burros de carga e as minorias silenciadas.”
Apontou críticas diretas ao discurso populista do Chega, que, segundo o bloquista, “alimenta o ódio e o medo, sem apresentar soluções concretas”. Na sua perspetiva, “a extrema-direita não resolve a falta de habitação, não acaba com as listas de espera na saúde e não traz dignidade ao povo. Traz apenas divisão, preconceito e ataques à democracia.”
Embora tenha elogiado o desempenho regional do BE, lamentou a possibilidade de mais um deputado do Chega ser eleito pela Madeira. “Não faz justiça ao povo madeirense,” comentou, reforçando haver “tanta gente capaz de representar melhor a nossa Região do que um representante de um partido fascista.”
Para Diogo Teixeira, o avanço da extrema-direita é alimentado por “desinformação generalizada e degradação do debate público”, defendendo que os partidos que oferecem “respostas fáceis para problemas complexos” alimentam a “demagogia”.
Num discurso marcado por referências históricas e apelos ideológicos, comparou a situação atual em Portugal ao regime de Salazar, e concluiu com uma mensagem firme:
“O combate à extrema-direita não é uma disputa entre esquerda e direita, é uma batalha pela democracia. Contra o fascismo, a única resposta é a luta.”