Os passageiros dos transportes públicos fizeram ouvir o seu descontentamento, através do Portal da Queixa, sobre a falta de higiene nos transportes públicos e a Carris Metropolitana é a entidade mais visada.

Entre as queixas de lixo que não é limpo, baratas e os maus odores, as reclamações dispararam este ano contra o sector.

Entre 1 de janeiro e 20 de julho de 2025, foram registadas no Portal da Queixa um total de 1.172 reclamações dirigidas ao setor dos transportes públicos, que engloba as categorias ‘Transportes Coletivos de Passageiros’ e ‘Comboio e Metropolitano’.

A falta de condições de higiene nos transportes públicos corresponde a 23% das reclamações registadas, refletindo um aumento no número de reclamações, com destaque para o segundo trimestre de 2025, que apresentou um crescimento de 27,21%, em relação ao mesmo período de 2024.

Junho de 2025 foi o mês com maior variação, observando uma subida de 57,81% no volume de queixas, em comparação com o junho de 2024.

Entre as principais causas de insatisfação, a falta de higiene aparece como uma das mais graves, sendo o segundo motivo mais reclamado e representa 23% das reclamações contra o setor, com relatos de lixo acumulado, odores desagradáveis e até a presença de pragas como baratas.

As queixas reflectem também a falha ou má qualidade do serviço dos transportadores (27,47%); atrasos e interrupções (14,68%); atendimento ao cliente ineficiente (11,86%); questões financeiras e contratuais (9,30%); falta de segurança (8,70%) e falhas técnicas e operacionais (3,75%).

Entre as entidades mais visadas estão a Carris Metropolitana a recolher 19,97% das queixas, seguida da CARRIS (18,52%) e da CP – Comboios de Portugal (16,98%).

Em quarto figura a empresa que opera no distrito do Porto, a UNIR, com 13,48% das reclamações geradas este ano, e depois a Fertagus com 9,64%.

A empresa STCP absorve 4,44% das queixas contra o setor e a Metro do Porto 4,18%. Já a Metro Lisboa acolhe 3,41%.

Já nos serviços municipalizados, foram os SMTUC (Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra) que recebeu mais queixas, com 2,39% das queixas, e os Transportes Coletivos do Barreiro receberam 2,05% das reclamações registadas desde o início do ano.

A distribuição geográfica das reclamações mostra maior incidência em Lisboa, Porto e Setúbal, regiões onde a densidade de transporte público é maior.

A maioria dos consumidores que reclamaram contra o setor são do género feminino (56,51%) e a faixa etária predominante situa-se entre 25 e 54 anos.