
O espaço aéreo da ilha de São Miguel, nos Açores, foi encerrado temporariamente na manhã desta sexta-feira, entre as 11h21 e as 12h30 locais, após o lançamento de cerca de 300 balões biodegradáveis, numa iniciativa de fim de ano organizada por uma creche de Ponta Delgada. A decisão, tomada por motivos de segurança, provocou desvios de voos para Santa Maria e atrasos noutras ligações aéreas, gerando surpresa na instituição envolvida.
O responsável pela Coriscolândia — Centro de Animação Lúdico-Pedagógico, João Pimentel, afirmou à agência Lusa estar “admirado” com a repercussão do lançamento de balões, uma atividade que, segundo sublinhou, “decorre há quase duas décadas sem qualquer incidente”.
O dirigente garante ter cumprido todos os procedimentos habituais, nomeadamente o contacto com a torre de controlo do aeroporto, onde obteve autorização para lançar os balões entre as 11h00 e as 11h25 locais. Pimentel explicou ainda que foi feito um segundo contacto, já esta sexta-feira, com a NAV Portugal — Navegação Aérea, sem que tenha sido comunicado qualquer impedimento.
“Estamos muito surpreendidos com o sucedido. Nunca fomos confrontados com qualquer problema antes. Este ano, voltámos a agir com todo o cuidado”, declarou João Pimentel, acrescentando que teve conhecimento da suspensão do tráfego aéreo apenas através das redes sociais.
A Coriscolândia esclarece que o lançamento ocorreu a mais de 10 quilómetros do aeroporto, com balões completamente biodegradáveis, como parte de uma atividade educativa que assinala o fim do ano letivo da creche e das atividades recreativas da instituição, que funciona em regime de ocupação de tempos livres.
A RTP/Açores avançou que o encerramento do espaço aéreo foi determinado por motivos de segurança, devido à potencial interferência dos balões com o tráfego aéreo. A situação obrigou ao desvio de voos para a ilha de Santa Maria e à reorganização de horários de outros voos.
A Lusa contactou a NAV Portugal para esclarecimentos adicionais, mas não obteve resposta até ao momento.
Esta ocorrência levanta questões sobre os critérios de autorização de eventos próximo de infraestruturas críticas e os procedimentos de comunicação entre entidades civis e a autoridade da aviação.