
O Alentejo Litoral está, desde o início do mês, sem o meio aéreo prometido para o combate aos incêndios florestais. Dezoito dias depois da data prevista para o início das operações do helicóptero sediado em Grândola, a ausência do aparelho está a gerar inquietação e protestos entre os autarcas da região.
O helicóptero, que deveria estar operacional desde 1 de junho no heliporto de Grândola, destinava-se a reforçar a capacidade de resposta aos incêndios florestais nos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e parte de Odemira. O aparelho também transportaria uma equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEM) da GNR, especialmente treinada para o combate inicial a fogos rurais.
Um silêncio perigoso
Segundo Vítor Proença, presidente da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral e também autarca de Alcácer do Sal, “o Governo está a falhar com a sua parte”, apesar de todas as condições logísticas estarem reunidas localmente. “Está em risco um vasto património florestal natural, essencial para a biodiversidade e para a economia da região”, reforça.
A ausência do helicóptero está a ter consequências diretas no terreno. Ricardo Costa, vereador da Proteção Civil de Grândola, sublinha a urgência do meio aéreo na fase inicial dos incêndios: “Tivemos recentemente um incêndio em Melides onde arderam sete hectares de vegetação. Com o helicóptero, talvez nem um hectare tivesse ardido”.
Falta de explicações e agravamento da vulnerabilidade
O descontentamento é amplificado pela falta de comunicação clara por parte das autoridades centrais. “Disseram-nos que chegaria a 11 de junho, mas continuamos sem saber se ou quando virá”, lamenta o vereador de Grândola.
A situação é ainda mais grave se considerarmos que o helicóptero previsto para Ourique — base aérea mais próxima da região — também não está a operar, conforme denunciou Hélder Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira.
Um retrocesso preocupante
Nos últimos anos, o helicóptero estacionado em Grândola desempenhou um papel fundamental na rápida extinção de focos de incêndio, evitando catástrofes de maior dimensão. A sua ausência, num ano em que se antecipam temperaturas extremas e forte risco de incêndio, representa um retrocesso perigoso na proteção das populações e do território.
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