
As Marchas Populares de Lisboa voltaram a encher de brilho e tradição a noite de Santo António, e este ano trouxeram um desfecho inédito: Alcântara e Bairro Alto conquistaram ex-aequo o 1.º lugar da edição de 2025, num empate histórico que reforça o peso cultural destas duas zonas lisboetas. A icónica Marcha da Bica fechou o pódio com um honroso terceiro lugar.
Com mais de 1800 participantes em desfile, a Avenida da Liberdade tornou-se novamente o palco privilegiado da cultura popular lisboeta, num espetáculo que, além da competição, celebrou a dedicação de marchantes, músicos, ensaiadores e coletividades que dão vida a esta tradição única.
O evento arrancou com a atuação vibrante do grupo Macau Street Dance, seguida pela sempre encantadora Marcha Infantil das Escolas de Lisboa, antes do desfile das 20 marchas em competição.
Sob a presidência de Vítor Agostinho, o júri avaliou cinco categorias fundamentais: coreografia, cenografia, figurino, letra e música. A Marcha de Alcântara destacou-se ao conquistar quatro das principais distinções: Melhor Cenografia, Melhor Letra, Melhor Figurino e Melhor Musicalidade, consolidando-se como uma das favoritas do público e dos especialistas. Por sua vez, São Vicente brilhou ao vencer na categoria de Melhor Coreografia, demonstrando inovação e intensidade rítmica.
O empate no topo do pódio foi recebido com entusiasmo por ambas as comunidades, que vibraram até de madrugada, numa noite que não foi apenas de competição, mas também de união, cultura e memória. A emoção estendeu-se além da Avenida, com milhares de lisboetas e visitantes a aplaudir, filmar e partilhar nas redes sociais os momentos mais marcantes do desfile.
As Marchas Populares de Lisboa, mais do que um concurso, afirmaram-se mais uma vez como símbolo vivo da identidade da capital, provando que a tradição continua a reinventar-se com vigor e paixão.