
Durante décadas, a Royal Enfield cultivou uma reputação sólida assente em motores monocilíndricos e um charme nostálgico. Agora, a marca britânica de raízes indianas prepara-se para dar um passo decisivo rumo ao futuro: o lançamento da sua primeira mota eléctrica, a C6, agendado para os primeiros meses de 2026.
A nova aposta insere-se numa sub-marca designada Flying Flea, nome que remete para as motos leves usadas por paraquedistas durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda que electrificada, a C6 mantém um visual retro que respeita a herança visual da Royal Enfield, conjugando elementos clássicos com inovação tecnológica.
O modelo destaca-se pelo seu perfil tipo scrambler, bateria revestida em magnésio com aletas de refrigeração, forquilhas dianteiras ao estilo clássico e um depósito fictício em forma de lágrima. Em termos de equipamento, espera-se que integre tecnologias modernas como ABS em curva, controlo de tracção, cruise control e carregamento doméstico.
A Royal Enfield formou uma equipa dedicada de 250 pessoas exclusivamente para o desenvolvimento de veículos eléctricos. Além da C6, está já prevista uma segunda moto — possivelmente denominada S6 — que deverá seguir-se pouco depois.
Apesar de ainda não estar confirmada uma distribuição global, a crescente presença da marca na Europa, Sudeste Asiático e Estados Unidos sugere uma expansão internacional iminente.
A Royal Enfield tem também reforçado a sua aposta no segmento eléctrico com investimentos estratégicos, como a parceria com a Stark Future, fabricante espanhola de motos de alto desempenho. Esta colaboração aponta para uma ambição que vai além das motos urbanas: a de competir no universo das duas rodas com prestações elevadas e energias limpas.
Assim, a Royal Enfield, outrora símbolo da resistência à modernidade, prepara-se para assumir um novo papel num sector em plena transformação.