
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Tohoku e do Instituto Metropolitano de Ciências Médicas de Tóquio descobriu que as mulheres que entraram na menopausa antes dos 40 anos apresentaram piores resultados cognitivos do que as mulheres que entraram na menopausa após os 50 anos. Esta descoberta pode ser útil para médicos na avaliação do risco das suas pacientes desenvolverem demência.
Esta investigação foi publicadaa em Alzheimer's & Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association no dia 15 de abril de 2025.
A equipa optou por investigar esta relação, uma vez que a menopausa precoce está associada a um maior risco de depressão na vida adulta, um fator de risco conhecido para a demência.
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No entanto, evidências diretas sobre o impacto da menopausa precoce nas trajetórias relacionadas à idade dos sintomas depressivos e da função cognitiva são escassas.
A equipa utilizou dados do Estudo Longitudinal Inglês sobre Envelhecimento, classificando a idade da menopausa em três categorias: menos de 40 anos; entre 40 e 49 anos e mais de 50 anos.
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O estudo incluiu 4726 mulheres e 4286 homens que foram avaliados em medidas de funcionamento cognitivo, tais como orientação, recordação imediata e tardia e fluência verbal. A equipa testou a associação entre o sexo e a idade na menopausa, e o funcionamento cognitivo dois anos depois, após ajustar os fatores de risco modificáveis basais para a demência.
"Ao procurar associações, queremos descartar o máximo possível de outros fatores de risco modificáveis para a demência. Como a menopausa precoce aumenta o risco de depressão que, por sua vez, aumenta o risco de demência, tivemos de controlar esse fator para determinar se a menopausa precoce, por si só, era um fator de risco direto", explicou Miharu Nakanishi, autor principal do estudo.
Os resultados sugerem que as mulheres que vivenciam a menopausa precoce podem constituir um grupo de alto risco específico para o declínio cognitivo. Pesquisas adicionais são necessárias para elucidar os mecanismos subjacentes à relação entre os níveis de hormonas femininos e a função cognitiva.
"Compreender essa relação em profundidade pode ajudar-nos a desenvolver tratamentos que retardem o início da demência em pacientes de risco", concluiu Nakanishi.
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