A alimentação pode ter um papel fulcral na nossa saúde, nomeadamente na prevenção de determinadas doenças. É o caso do risco de Alzheimer que, revela um estudo recente, pode diminuir com a ingestão de alguns alimentos.

O estudo científico realizado por investigadores de Boston, Chicago e Washington, D.C., concluiu que a ingestão de alimentos ricos em colina pode reduzir o risco de desenvolver demência comum.

A colina é um micronutriente essencial que se encontra em vários alimentos, incluindo aves, produtos lácteos (como leite, iogurte e ovos), brássicas como brócolos e couves-de-bruxelas, feijão e alguns peixes, de acordo com o USDA, noticia o New York Post.

A ingestão de colina na dieta tem sido associada a um menor risco de função cognitiva e a um menor risco de demência, concluíram os investigadores.

No estudo, os participantes com uma média de 81 anos de idade que não sofriam de Alzheimer preencheram questionários alimentares e foram submetidos a exames neurológicos anuais.

Após um acompanhamento de oito anos, os investigadores determinaram que o consumo de cerca de 350 miligramas de colina por dia estava associado ao menor risco de diagnóstico clínico de Alzheimer em adultos mais velhos.

Ilana Muhlstein, nutricionista, cita um outro estudo, realizado na China em 2024, que concluiu que a ingestão de colina melhora a função cognitiva, especialmente entre as mulheres.

"Este é o estudo que me inspirou a começar a tomar suplementos de colina. A minha memória tem vindo a piorar ao longo dos anos. Primeiro, considerei-a um 'cérebro de grávida', depois um 'cérebro de mãe', mas acabei por perceber que devia fazer o meu melhor para a ajudar", revela, citada pela mesma publicação.

"Já durmo bem, faço exercício regularmente, jogo mahjong e limito o consumo de álcool, pelo que a colina era a ferramenta óbvia que valia a pena experimentar."

Muhlstein refere que mais de 90% da colina dos ovos provém da gema. A ingestão de colina deve ser adaptada às necessidades individuais de cada pessoa, observou a nutricionista, referindo-se às orientações da Harvard School of Public Health.

"As mulheres na pré-menopausa podem ter menores necessidades de colina na dieta, porque os níveis mais elevados de estrogénio estimulam a criação de colina no corpo", escreveu a universidade.