A partir da escrita à mão, uma caneta com inteligência artificial e carregada com tinta magnética pode vir a ajudar a detetar precocemente o início da doença de Parkinson, sugere um estudo publicado na revista Nature Chemical Engineering.

A partir de amostras de caligrafia recolhidas com uma caneta personalizada carregada com tinta magnética, a equipa do investigador Jun Chen da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, desenvolveu uma abordagem para o diagnóstico da doença de Parkinson.

Diferenças na caligrafia de pessoas com e sem a doença foram identificadas na análise de dados assistida por rede neural no dispositivo, defendendo os autores que se trata de uma ferramenta que vai permitir diagnósticos mais precoces.

Convertendo os movimentos da tinta magnética em sinais elétricos da escrita numa superfície e no ar, os investigadores demonstraram que, com o auxílio de uma rede neural - um método em inteligência artificial que utiliza uma rede de nós interligados para aprender e distinguir entre padrões complexos - a caneta distingue a caligrafia de pacientes com doença de Parkinson da daqueles sem a doença.

Esta caneta diagnóstica representa uma tecnologia de baixo custo, precisa e amplamente distribuível, com potencial para melhorar o diagnóstico da doença de Parkinson, especialmente em áreas com recursos limitados, argumentam no estudo.

Os investigadores pedem ainda trabalhos futuros que expandam esta ferramenta para amostras maiores de pacientes, e que explorem o potencial para rastrear a progressão dos estágios da doença de Parkinson.

Os sintomas da doença incluem tremores, baseando-se geralmente o diagnóstico na observação das habilidades motoras do paciente, método que os investigadores dizem carecer de padrões objetivos e depender do viés do clínico.