
Joana Marques e a dupla Anjos enfrentaram-se, esta terça-feira, 17 de junho, no Palácio da Justiça, em Lisboa. Os cantores exigem à humorista uma indemnização no valor de 1 milhão e 118 mil euros por alegados danos provocados por uma piada feita em abril de 2022.
Humorista ironiza sobre Anjos: “Fui convidada e cá estou”
À chegada do tribunal, Joana Marques falou com os jornalistas presentes sobre o processo: “Antes de mais, lamento estar aqui a fazer-vos perder o vosso tempo, acho que estamos a perder tempo útil. O meu não é especialmente valioso e por isso não me importo nada de estar aqui estes dois dias. O tempo do tribunal se calhar podia ser um bocadinho mais bem aproveitado para outras questões, mas tudo bem. Fui convidada e cá estou“, afirmou, citada pelo Correio da Manhã.
A humorista acabou por ironizar sobre o julgamento. “Sei que a outra parte também lamenta termos chegado a tribunal, eu acho isso um bocadinho curioso. Fazem lembrar aquelas pessoas que telefonam para o restaurante, marcam a mesa e depois dizem ‘que chatice, ter de ir almoçar aqui'”.
“Defendo a liberdade de expressão, mas não posso prejudicar ninguém”
Já dentro da sede da Justiça, Nelson Rosado garantiu à juíza que Joana Marques adulterou o vídeo deles na cantarem o hino de Portugal, na Moto GP em Portimão, em abril de 2022. “É um post novo. A Joana Marques fez um post novo nas suas redes em que o vídeo não é uma reprodução, mas um vídeo por ele novo porque cortou partes”, afirmou o cantor, citado pelo ‘Observador’.
Durante o depoimento, os Anjos alegaram que a piada feita por Joana Marques nas redes sociais trouxe vários danos aos dois: tanto psicológicos como financeiros. Nelson afirmou que, mesmo já tenho passado mais de três anos, “ainda estamos a pagar essa fatura. Continuamos a receber ódio das redes sociais”. E, segundo os mesmos, são acusados de terem “assassinado o hino”.
Mas as consequências da piada terão ido mais longe. O irmão de Sérgio partilhou que têm recebido ameaças e que, por isso, foram “obrigados a contratar segurança privada para estar à paisana no meio do público” nos concertos. Esta situação fez com que o cantor não conseguisse dormir, segundo partilhou à juíza. E que como consequência durante sete meses tomou medicação receitada por um psiquiatra.
Além do mais, os irmãos revelaram que perderam dois patrocínios da digressão de 2022 e 11 concertos cancelados.
Após ser questionada pela juíza como é que uma “mera publicação de conteúdo humorístico” traz tantas consequências, Nelson Rosado lamentou: “Para se fazer bom humor não é preciso falar mal de ninguém. Defendo a liberdade de expressão, mas não posso prejudicar ninguém. Quero acreditar que a ré, Joana Marques, não soubesse, não tivesse a noção do que aquilo poderia ter causado”.
No dia de amanhã há uma segunda audiência, sendo que a juíza marcou uma sessão adicional para 30 de junho.
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Texto: Carolina Marques Dias Fotos: Impala e redes sociais