Decorria o mês de maio de 2018 quando o país ficou em choque ao tomar conhecimento de uma invasão ao centro de estágios do Sporting Clube de Portugal, em Alcochete.

As notícias davam conta de um cenário de horror depois de atletas do plantel e membros da equipa técnica do leões terem sido brutalmente agredidos por um grupo de várias dezenas de adeptos de cara tapada, que se encontravam armados com facas, cintos e ferros, de acordo com o relatado à época.

E foi sobre isso mesmo que Jorge Jesus, entre outros temas, esteve à conversa com Fátima Campos Ferreira, em Primeira Pessoa, na RTP. O recém técnico principal da equipa pela qual Cristiano Ronaldo joga, acabou mesmo a fazer uma revelação pessoal sobre o assunto.

"Estava lá e fui agredido, tentei ir defender os meus jogadores, como é óbvio. Senti o perigo, mas emocionalmente não senti o que hoje sinto. Marcou-me tão profundamente que nunca mais consegui ver um jogo do Sporting ao vivo, nunca mais. Os jogadores nunca mais quiseram treinar. Naquela altura não os percebia muito bem, mas hoje percebo-os", disse.

Jorge Jesus confessou que mesmo depois de perder "várias finais", inclusive "duas, com o Benfica, da Liga Europa" a calamidade que viveu no centro de estágios foi o "momento mais duro da carreira".

Do perdão ao 'recado' às "claques dos clubes" de Portugal

Questionado pela jornalista se "já perdoou interiormente" quem realizou a invasão, o treinador foi perentório - e aproveitou para deixar um 'recado'.

"Já [perdoou] porque aquilo não são os verdadeiros sportinguistas, nada disso. Um verdadeiro sportinguista ou benfiquista, ou seja quem for, não toma atos daqueles. E aproveito esta oportunidade para dizer a todas as claques dos clubes - neste caso estou a falar para Portugal - esqueçam isso! Não é essa pressão que faz com que os jogadores corram mais, que ganhem, que saltem, que pulem. Esqueçam isso! Podem fazer [pressão positiva] no estádio, agora fora do estágio, esqueçam isso, tirem isso das vossas cabeças, não dá certo", concluiu.