
Tinha acabado de entrevistar um dermatologista, Osvaldo Correia, quando soube que tinha um sinal estranho, "com uma forma e uma cor alterados", perto das costelas. "Quinze dias depois" soube que tinha um problema oncológico.
Jorge Gabriel foi diagnosticado com melanoma em 2011, quando tinha apenas 42 anos, mas, segundo o próprio, soube manter a tranquilidade e gerir o problema da melhor forma possível. Catorze anos depois falou abertamente sobre o assunto.
À conversa com Sara Taínha, no podcast da SIC Notícias e do Expresso, Tenho Cancro. E Depois?, o reconhecido apresentador recordou o diagnóstico e demonstrou que, para si, o cancro - que tornou público em 2013 - não é um tabu.
"'Temos aí uma coisinha, mas vem aí a boa notícia, é muito pequenina. Se tirarmos já, não vamos ter problema nenhum'", estas foram as palavras do Dr. Osvaldo Correia que ficaram na memória de Jorge Gabriel. "Foi a minha sorte", confessou.
"Eu estava bem entregue. Tinha a desconfiança de um médico e tinha, comigo, a confiança total num especialista que eu sabia que era reputado, inclusivamente a presidir várias instituições nacionais e internacionais que me davam a garantia de que alguém como o professor podia ter acesso à notícia precisa e isso deixou-me descansado. Nunca vivi com a nuvem de uma doença oncológica em cima da cabeça", explicou.
"O melhor que temos a fazer é tentar viver"
Curado, Jorge Gabriel assumiu-se como um "promotor de uma vida saudável". "Estou permanentemente a tentar convencer, por exemplo, os meus colegas que fumam, a deixar de o fazer, com todas as estratégias possíveis e imaginárias - desde o dinheiro que gastam até ao cheiro que têm, até ao paladar da comida. Tento, de todo o modo, que as pessoas tenham comportamentos diferente com a sua saúde", revelou.
"Passou-se comigo e também me levou a ter este diagnóstico e a ter esta possibilidade com o devido distanciamento, porque de facto há algo inevitável na nossa existência: após o nosso nascimento, nós temos a certeza absoluta que vamos morrer, portanto o melhor que temos a fazer é tentar viver, mas com saúde e qualidade que são necessárias para nós termos uma existência o mais tranquila possível", disse Jorge Gabriel.