
Jorge Nuno Pinto da Costa deixou-nos este sábado, dia 15 de fevereiro, aos 87 anos. A perda do ex-presidente do FC Porto gerou várias mensagens de amigos e famosos, no entanto o notável silêncio do Benfica e do Sporting tem sido um ponto de grande discussão.
Nas redes sociais, Francisco J. Marques, antigo diretor de comunicação e informação dos portistas, criticou os adversários, mas também deixou graves acusações à atual direção dos dragões, comandada por André Villas-Boas.
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“A ausência de qualquer tipo de manifestação do Benfica e do Sporting sobre a morte de Pinto da Costa motivou um comunicado do FC Porto. O silêncio dos dois grandes clubes de Lisboa é condenável e ilustra mais de quatro décadas de subalternidade perante um FC Porto que venceu mais sozinho do que os rivais de Lisboa juntos”, começou por dizer.
“Mas o que dizer das palavras do presidente André Villas-Boas, que ouvimos falar nos valores de Pinto da Costa, que lemos fortes elogios num texto publicado pela imprensa, depois de ter andado a passar para a Tânia Laranjo que Pinto da Costa tinha comprado joias com o dinheiro do FC Porto, o que é uma vergonhosa e inaceitável mentira? No fundo, AVB insinuou várias vezes, direta e indiretamente, que JNPC roubou o FC Porto e agora veio encher a boca com palavras bonitas. Não sei quais são as falsas, só AVB pode dizer, mas ou estava a ser falso quando insinuava que PdC roubou, ou estava a ser falso quando fez o elogio fúnebre. Lamento muito desagradar tanto ao exército de bots anónimos e alguns de carne e osso, mas para mim o comportamento dos últimos meses de AVB e da direção do FC Porto é muito pior do que a lamentável atitude de Benfica e Sporting. E o impacto que isso teve nos últimos meses de vida de Jorge Nuno Pinto da Costa, a desilusão que eu testemunhei por a nova direção criar uma narrativa que o apresentava como alguém que não foi sério, que não se sacrificou sempre pelo FC Porto, deixou-o muito, muito triste e não pode ser esquecido”, continuou.
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“É verdade que desde a notícia da morte houve muita coisa que merece ser elogiada. AVB e restante direção respeitaram o pedido para não irem ao funeral, o estádio foi bem preparado para os sócios e adeptos se despedirem, aquela iniciativa das portas do estádio foi ótima. Antes, a direção de AVB andou a hostilizar JNPC desde que tomou posse, a tratá-lo mal, não cumprindo sequer o protocolo devido a um presidente honorário. Não foi convidado, por exemplo, para a cerimónia de hastear da bandeira do aniversário do clube, a 28 de setembro. Pior, quando o JN pediu uma reação a comunicação do FC Porto mentiu, ao dizer que foram convidados os órgãos sociais, o que é falso, pois Pinto da Costa integrava o Conselho Superior, que faz parte dos órgãos sociais, e não foi convidado, bem como todos os membros do Conselho Superior da anterior direção. Ao mesmo nível rasteiro e inaceitável esteve a rejeição da correspondência enviada para o Estádio do Dragão para Jorge Nuno Pinto da Costa, com a indicação de destinatário desconhecido. Este é mesmo dos episódios mais lamentáveis e claro que ninguém com dois dedos de testa acredita que uma coisa destas seja feita por decisão de um funcionário menor”, acrescentou.
“O pior de tudo foi mesmo repetirem à exaustão que Pinto da Costa se serviu do FC Porto, que gastou dinheiro do FC Porto indevidamente, através de uma auditoria feita à medida, até temporalmente, para deixar ficar mal o gigante que nos pegou pela mão e nos levou ao céu. Vamos ao que interessa: a auditoria faz referência que entre outros gastos indevidos houve até jóias compradas com dinheiro do FC Porto. No texto da auditoria não é identificado o autor, mas logo um dia depois da sua divulgação a Tânia Laranjo surgiu na CMTV a dizer que esses gastos tinham sido feitos por JNPC, repetindo a graça nas páginas do Correio da Manhã. Ora, como a Tânia Laranjo, que se saiba, não tem acesso aos escritórios do Estádio do Dragão, teve de ser alguém do FC Porto a passar-lhe esse pormenor que não consta no texto da auditoria. Quem o fez fê-lo obviamente para deixar ficar mal JNPC, para criar a ideia de que o presidente honorário afinal se tinha servido do FC Porto”, continuou.
“JNPC foi vítima de uma campanha miserável protagonizada pela direção de André Villas-Boas. Desde a tomada de posse, em maio, até à morte de Pinto da Costa a direção do FC Porto só procurou diminuir o legado do melhor de todos nós, talvez porque sabe de antemão que nunca poderá resistir à comparação, como desgraçadamente tem ficado tão evidente nas diversas equipas, sejam de futebol ou das modalidades”, defendeu ainda.