O Big Brother Verão, transmitido pela TVI e apresentado por Maria Botelho Moniz soma já 21 participações apresentadas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). As queixas, segundo a resposta oficial enviada pelo regulador, em exclusivo à TV 7 Dias “encontram-se em apreciação” e dizem respeito a emissões distintas desta edição do programa.

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De acordo com a ERC, os participantes denunciaram “alegadas declarações discriminatórias com base na etnia por parte de um dos concorrentes; situações de alegada violência entre concorrentes; utilização de linguagem inapropriada; e violência verbal e ofensas à dignidade humana”. Quisemos perceber a quem estas queixas se referiam, mas até haver uma deliberação por parte da entidade não são divulgados nomes. A análise às 21 queixas contra Big Brother Verão ainda decorre, e não há, por enquanto, indicação sobre se haverá sanções ou recomendações. Contudo, a reincidência de queixas relacionadas com violência psicológica, linguagem ofensiva e alegada discriminação mostra que o formato continua a gerar polémica e debate público sobre os limites do que deve ou não ser emitido em televisão. E enquanto isso, dentro da casa mais vigiada do País, as dinâmicas de conflito e provocação permanecem no centro da narrativa.

Quando se pensa em polémicas neste Big Brother Verão, os nomes Catarina Miranda e Afonso Leitão são os primeiros da lista. Os dois têm protagonizado momentos de forte tensão dentro da casa e são muitas vezes acusados pelos colegas de violência psicológica, bullying e de provocarem até à exaustão para conseguirem reações dos colegas. Kina é das suas principais criticas e também ela é vista como tal. O último exemplo foi dado por Bruno de Carvalho, que acabou expulso por ter dado um pontapé a Afonso depois de terem estado num aceso bate-boca. Mas desde o início que as câmaras do reality show registaram vários episódios que geraram indignação nas redes sociais.

Na Internet, os telespectadores não têm dúvidas. Catarina Miranda tem sido acusada por muitos de adotar uma postura agressiva e humilhante para com outros concorrentes, recorrendo a insultos, provocações constantes e expressões depreciativas que, segundo críticos, configuram violência psicológica. Já Afonso Leitão tem sido apontado em momentos de linguagem ofensiva e comportamento hostil, principalmente em discussões acesas onde terá proferido comentários pouco felizes. Kina, por sua vez, esteve envolvida em confrontos verbais onde utilizou expressões que muitos espectadores interpretaram como racistas ou etnicamente ofensivas. Fábio Paim também tem sido duramente criticado, principalmente depois de ter ameaçado tanto Luiza Abreu como Catarina Miranda. Daniela Ventura acabou expulsa depois de uma discussão acesa em que chamou “prostitutas” às filhas de Bruno de Carvalho. A produção tem sido, igualmente, acusada, de promover a violência verbal a troco de audiências, sem tomar medidas que acabassem com as mesmas. Ainda assim, é importante referir que a Endemol e TVI têm castigado alguns concorrentes, seja com nomeações diretas ou expulsões.

Além de episódios individuais, houve situações de grupo de pressões psicológicas, isolamento de concorrentes, provocações conjuntas e desafios que resultaram em discussões com elevada agressividade verbal. Uma delas levou a que Maria Botelho Moniz os alertasse para o ambiente tóxico que se estava a viver na casa. Algo que os concorrentes ignoraram e assim que terminou a emissão, voltaram a discutir todos ao mesmo tempo, acabando com Kina e Bruna a chorar.

Apesar de o Big Brother Verão estar no centro da atual atenção mediática, esta não é a edição mais contestada junto da ERC. Em 2022, o Big Brother Famosos bateu todos os recordes, com cerca de 730 participações contra a TVI. Nesse caso, as denúncias apontavam para alegada violência doméstica, violência física e psicológica, e recaíam sobre a relação de Bruno de Carvalho e de Liliana Almeida. A ERC acabou por arquivar as queixas, não encontrando fundamentos para penalizar o operador. Apenas no caso referente à violência doméstica que recaía sobre Bruno de Carvalho, a entidade reencaminhou para os tribunais judicias.

Texto: Ana Lúcia Sousa (ana.lucia.sousa@worldimpalanet.com); Fotos: Divulgação TVI