
Decorre mais uma sessão do julgamento de Joana Marques contra os Anjos e nesta sexta-feira, 11 de julho, depois dos depoimentos dos dois cantores e das testemunhas de ambos os lados, a humorista está a falar pela primeira vez.
Durante a sessão, a também radialista tem estado a ser confrontada com várias questões por parte da advogada de Nelson e Sérgio Rosado, em momentos que, segundo escreve o jornal 'Observador', têm sido vividos com alguma "tensão".
Isto porque, segundo o jornal, as perguntas da advogada têm sido sempre "longas", o que tem motivado a interrupções por parte da juiza, e a alguns momentos de riso na sala.
Joana Marques terá sido questionada após a expressão "assassinar uma canção", e defendeu-se desde logo: "'Assassinaram a música', no meu entender, não é um comentário grave", entende a humorista. "Ai não?", questionou a advogada. "Não", insistiu.
Também sobre os comentários que a sua publicação gerou, a comediante diz que não reparou em nenhuma "ofensa grave".
A advogada dos cantores diz ainda que Joana Marques, ao editar o vídeo, com cortes, criou uma "nova versão da realidade totalmente distorcida. Os mesmos foram acusados de não saber a letra do hino", diz.
"Não tenho noção e não concordo com essa análise", refere. A humorista acrescentou que, no seu entender, os comentários sobre a letra referiam-se mais "à questão já abordada sobre a pronúncia da palavra 'egrégios'".
"Ter deturpado a letra do hino é uma violação. Um ultraje", detalhou a advogada, algo que a juíza não concorda: "No humor nada é sagrado. Tudo é criticável". Joana Marques acrescentou: "Provavelmente, uma versão diferente da música Perdoa dos Anjos não teria tanto interesse. Em termos humorísticos, é mais apetecível [o hino]".
É dito ainda que foi feita uma "apologia do humor", que, para a comediante, tem de ser "muito democrático". "O humor é muito democrático: ninguém está a salvo do ridículo", desde o Presidente da República aos Anjos, exemplificou.
"Não existe nenhum humor que não vá ofender ninguém. Humor que não ofende não existe", alegou, justificando que haverá sempre alguém a sentir-se melindrado com uma piada. "Humor que não ofende uma pessoa pode ofender outra".